Presidente chega à capital somali pela 1ª vez desde posse

Abdullahi Yousef chegou ao aeroporto da capital nesta segunda-feira, onde era esperado pelas forças de segurança apoiadas por tropas etíopes

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Somália, Abdullahi Yusuf, voou nesta segunda-feira para a capital Mogadiscio, que se encontra sitiada, na sua primeira visita à cidade desde que foi empossado, em 2004. Yusuf chegou sem ser anunciado, dez dias depois que as forças do governo - com o apoio de soldados, tanques e aviões etíopes - expulsaram da capital o movimento islâmico que controlava a cidade desde meados de 2006. Embora a milícia islâmica tenha deixado a cidade, as preocupações com a segurança continuam elevadas. Acredita-se que os remanescentes das forças islâmicas estejam se escondendo na capital. Além disso, homens armados atacaram os soldados etíopes no domingo, no segundo dia consecutivo de violência na cidade. A visita de Yusuf acontece no momento em que as tropas no sul país pareciam estar perto de chegar a um local na selva usado como esconderijo pelos militantes islâmicos. Acredita-se que o local seja uma base da Al-Qaeda, em um de seus últimos postos avançados. O ministro da Defesa somali afirmou que os soldados do governo estavam para entrar na fortaleza islâmica em Ras Kamboni, que fica entre o mar e a fronteira com o Quênia, depois de dois dias de combates. A última vez que Yusuf visitou Mogadiscio foi há 40 anos, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do governo, Abdirahman Dinari, à Associated Press. Ele deve se reunir com algumas figuras tradicionais da Somália e ficar no antigo palácio presidencial, que ficou ocupado pelos senhores da guerra nos últimos 15 anos. "Não há nenhuma preocupação quanto à segurança", disse Yusuf. Batalhas Enquanto isso, no sul da Somália, a luta contra o movimento islâmico, que até a intervenção da Etiópia havia controlado a capital e grandes áreas do sul, continuava. O coronel Barre "Hirale" Aden Shire, ministro da Defesa da Somália, disse que batalhas ainda aconteciam fora de Ras Kamboni, onde a milícia islâmica está instalada, e que ambas as partes tiveram muitos feridos. As forças do movimento islâmico são impedidas de escapar por mar por navios de guerra dos EUA e ao longo da fronteira do Quênia, pelos militares quenianos. Depois do 11 de Setembro, funcionários americanos advertiram que extremistas com laços com a Al-Qaeda operavam um campo de treinamento em Ras Kamboni e que membros da Al-Qaeda teriam visitado o campo. Nos anos 1990, o grupo al-Itihaad al-Islamiya tinha o objetivo de estabelecer um Estado islâmico na Somália. Seu comandante militar era o xeque Hassan Dahir Aweys. O grupo se desdobrou no atual movimento islâmico, do qual Aweys também é líder. Texto ampliado às 12h55

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.