PUBLICIDADE

Presidente da Câmara pede a Blair ministro antiterrorista

Para baronesa Uddin, "aquilo no que o governo fracassou foi a criação de uma liderança para a comunidade muçulmana"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Comissão de Assuntos Internos da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Denham, pediu ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que designe um ministro exclusivamente dedicado à luta contra o terrorismo. Denham, ex-secretário de Estado do Interior do governo trabalhista, se disse preocupado porque algumas iniciativas postas em ação a respeito dos atentados de 7 de julho contra a rede de transporte de Londres - que deixaram 56 mortos e 700 feridos -, perderam fôlego. "Na verdade ninguém no governo é responsável diariamente por todos os elementos da luta antiterrorista, particularmente contra o extremismo e as idéias violentas da comunidade", afirmou o deputado em declarações feitas à emissora pública BBC. "Acredito que se houvesse um único ministro dedicado a todas essas questões em um alto nível do governo, possivelmente se evitaria esse problema, de começar projetos e não vê-los desenvolvidos. O presidente citou, como exemplo, o chamado Grupo de Trabalho Mulçumano, criado pelo próprio Blair após os ataques de 7 de julho. Na opinião de Denham, muitos membros deste grupo se sentem "desiludidos" devido ao fato de seus esforços não serem vistos traduzidos em resultados. Teremos que viver com o terrorismo durante décadas, mas se não aplicarmos essas estratégias de forma efetiva, viveremos muito mais tempo do que o necessário", adicionou o ex-secretário de Estado. Dúvida Contudo, a baronesa Uddin, muçulmana e membro do partido Trabalhista na Câmara dos Deputados, pôs em dúvida a necessidade do remanejamento de um ministro para a luta antiterrorista. Segundo a baronesa, "aquilo no que o governo fracassou foi a criação de uma liderança para a comunidade muçulmana". Os atentados de 7 de julho de 2005 foram realizados por quatro terroristas suicidas que explodiram bombas em três vagões de metrô e um ônibus urbano de Londres.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.