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Presidente da Guatemala é envolvido em crime

Em vídeo, advogado assassinado no domingo acusa Colom e o secretário presidencial de querer matá-lo

Por Efe , AFP e CIDADE DA GUATEMALA
Atualização:

"Boa tarde. Meu nome é Rodrigo Rosenberg Marzano e, lamentavelmente, se você está ouvindo e vendo este vídeo é porque eu fui assassinado pelo presidente." A mensagem que está escandalizando a Guatemala foi gravada por um advogado guatemalteco morto a tiros quando andava de bicicleta perto de sua casa, no domingo. Ela foi distribuída durante seu funeral, na segunda-feira, e agora ameaça desestabilizar o governo do presidente Álvaro Colom. No vídeo, Rosenberg acusa o secretário da presidência, Gustavo Alejos, e o sócio dele Gregorio Valdez (empresário ligado ao governo) de planejar assassiná-lo com a ajuda de Colom. O motivo seria o fato de ele ser advogado do empresário Khalil Musa e sua filha, Marjorie Musa, assassinados em abril num bairro do sul da capital guatemalteca.Segundo Rosenberg, Musa foi morto por supostamente negar-se a participar de negócios sujos, após ser nomeado diretor do Banco de Desenvolvimento Rural, entidade de capital misto da qual o Estado é acionista majoritário. O advogado disse que foi montado no interior dessa instituição financeira um esquema ilícito no qual estariam envolvidos o presidente e a primeira-dama, Sandra Torres de Colom. Nas últimas semanas, ele teria sido pressionado por Alejos para não revelar o problema. "Os negócios ilegais e milionários fechados dia a dia (no Banco de Desenvolvimento Rural) vão desde lavagem de dinheiro até desvio de fundos públicos para programas inexistentes liderados da mulher do presidente, assim como o financiamento de empresas de fachada utilizadas pelo narcotráfico", afirma o advogado na gravação. Depois de negar qualquer envolvimento com a morte de Rosenberg, ontem, Colom decidiu levantar o estado de exceção decretado na semana passada por causa da gripe suína - que suspendia garantias constitucionais como a liberdade de circulação e associação. "Fiz isso para provar minha boa vontade e transparência para que tudo seja esclarecido", afirmou o presidente guatemalteco num comunicado, após denunciar uma "campanha para desestabilizar seu governo". "Desconheço os motivos que levaram Rosenberg a gravar esse vídeo", completou. Colom também pediu que uma comissão da ONU e o FBI (a polícia federal americana) investiguem o assassinato de Rosenberg. Segundo o líder guatemalteco, o pedido foi formalizado num encontro com o embaixador americano no país, Stephen McFarland. O jornalista Mario David García disse que ele gravou o vídeo na quinta-feira a pedido de Rosenberg. A divulgação criou um clima de incerteza na Guatemala. Políticos de oposição pediram a renúncia do presidente. Guatemaltecos espalharam na internet mensagens indignadas e criaram um site para exigir que Colom deixe o cargo. MORTE ANUNCIADA Rodrigo Rosenberg Advogado morto a tiros na Guatemala "Se você está ouvindo e vendo este vídeo é porque eu fui assassinado pelo presidente"

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