O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, pediu pessoalmente clemência para os dois australianos que foram presos no aeroporto de Denpasar Bali, em 2005, ao tentar contrabandear 8 quilos de heroína para a Austrália. Mas Widodo, que assumiu o cargo em outubro, se comprometeu a continuar a abordagem linha-dura da Indonésia para os traficantes de drogas, que viram as execuções serem retomadas em 2013 depois de um hiato de cinco anos. "Imagine que a cada dia temos 50 pessoas morrendo por causa de entorpecentes, em um ano são 18.000 pessoas por causa de narcóticos", disse Widodo à CNN. "Nós não vamos nos expor ao perigo dos traficantes de drogas." Abbott destacou a oposição da Austrália à pena de morte ao falar da situação envolvendo Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31 anos. Widodo disse que a decisão estava nas mãos dos tribunais. "Eles podem pedir anistia ao presidente, mas digo a vocês que não haverá anistia para os traficantes de drogas", declarou ele. O presidente da Indonésia foi questionado: "Então, nenhum alívio para os australianos?" Ele respondeu balançando a cabeça. Não ficou imediatamente claro quando as execuções poderão ocorrer. A retomada da pena de morte na Indonésia gerou críticas de ativistas de direitos humanos, tanto no país como no exterior. A chanceler australiana, Julia Bishop, disse na semana passada que não descarta convocar o embaixador da Austrália na Indonésia caso as execuções sejam realizadas. Brasil e Holanda chamaram de volta os seus embaixadores, enquanto a Nigéria convocou o embaixador indonésio em Abuja para protestar contra a execução de seus cidadãos no início deste mês. As relações entre a Indonésia e a Austrália atingiram o nível mais baixo no fim de 2013 após relatos de que a Austrália tinha espionado funcionários indonésios de alto escalão, incluindo o então presidente Susilo Bambang Yudhoyono e sua mulher. A Indonésia congelou a cooperação militar e de inteligência com a Austrália antes de restaurar as relações em maio do ano passado.