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Presidente da Ucrânia critica Ocidente e exige calendário para adesão à Otan

Em discurso na conferência de segurança de Munique, ele afirmou que seu país é um escudo da Europa contra o Exército russo e propõe encontro com Putin

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Por Redação
Atualização:

MUNIQUE - O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, exigiu neste sábado, 19, um calendário "claro e factível" para a adesão de seu país à Otan, em meio ao temor de uma invasão russa. Em discurso na conferência de segurança de Munique, ele afirmou que a Ucrânia é um escudo da Europa contra o Exército russo e os membros da aliança militar precisam ser honestos sobre se querem mesmo adesão da Ucrânia.

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"Agradecemos qualquer ajuda, mas todos devem entender que não são contribuições de caridade que a Ucrânia pede. É sua contribuição para a segurança da Europa e do mundo, onde a Ucrânia tem sido o escudo por oito anos", acrescentou, referindo-se à eclosão do conflito com os separatistas pró-russos no leste do país e a anexação da Península da Crimeia pela Rússia em 2014.

Desafiando o Ocidente a explicar por que não fez mais nos últimos oito anos para proteger a Ucrânia, não apenas agora que o país estava sob ameaça de invasão pela Rússia, ele pediu para que fosse convocada uma reunião de potências globais e dadas novas garantias de segurança. 

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, discursa à conferência de segurança de Munique, Alemanha, em 19 de fevereiro Foto: Ronald Wittek/EFE

Ele usou boa parte de seu discurso para questionar o Ocidente sobre o que havia acontecido com sua promessa de adesão à Otan e perguntou qual mensagem que tinha agora para os dois soldados mortos na linha de frente, neste sábado.

O presidente instou as potências ocidentais a abandonarem a estratégia de "apaziguamento" com a Rússia. "A Ucrânia recebeu garantias de segurança quando abandonou o terceiro arsenal nuclear do mundo. Não temos armas. Não temos segurança. Mas temos o direito, o direito de exigir que a política de apaziguamento seja alterada para uma que garanta segurança e paz", declarou Zelensky.

Zelenski afirmou não saber o que Vladimir Putin queria ao descolar 190 mil soldados para a fronteira de seu país e, por isso, propôs ter uma reunião, dizendo que estava disposto a discutir com o líder russo os acordos de Minsk, que estabeleceram um cessar-fogo para o último conflito.

A Rússia anexou a Península da Crimeia da Ucrânia em 2014 e fomentou uma rebelião no leste do país, onde separatistas pró-Moscou combatem as forças ucranianas há quase oito anos. Os Estados Unidos e a União Europeia já haviam imposto sanções à Rússia por sua apreensão da Crimeia. /AFP, AP e REUTERS

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