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Presidente da Ucrânia propõe encontro com Putin

Para Volodmir Zelinski, reunião entre os dois líderes serviria para reduzir hostilidades e ocorreria em área de conflito

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Por Redação
Atualização:

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, convidou nesta terça-feira, 20, o líder russo Vladimir Putin a se reunirem na zona em conflito no leste da Ucrânia para reduzir as hostilidades entre os dois países. “Senhor Putin, estou preparado para lhe propor que nos reunamos em qualquer lugar de Donbas ucraniano onde a guerra continua”, disse Zelenski, em discurso. O Kremlin não respondeu ao convite. 

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A tensão na região aumentou nesta terça-feira após a Rússia enviar caças para bases na fronteira. Nas últimas semanas, Putin mobilizou tropas na região. Segundo serviço de inteligência dos EUA, cerca de 80 mil soldados russos estariam de prontidão. 

Após uma trégua respeitada durante o segundo semestre de 2020, as hostilidades entre o Exército ucraniano e as forças separatistas do Donbas – que têm o apoio econômico e militar da Rússia – recomeçaram no início deste ano.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Foto: alentyn Ogirenko/REUTERS

De acordo com a União Europeia, a Otan e os EUA, a mobilização russa é um destacamento militar “sem precedentes”. A Rússia, que ontem multiplicou as manobras com mais de 20 navios de guerra no Mar Negro, disse que realiza apenas exercícios militares.

Os civis que vivem perto da linha de frente não escondem o medo de uma retomada dos combates e muitos deles estão deixando a área. “Esta manhã houve novamente troca de tiros muito intensa”, lamentou Iulia Ievtchenko, mãe de quatro filhos que mora na pequena cidade de Krasnogorivka, protegida pelo Exército ucraniano. 

“Houve uma trégua, mas agora estamos em guerra de novo”, explicou Iulia, de 27 anos, que carregava no colo um de seus filhos, de 1 ano e 6 meses. “Vejo como todos aqueles tanques e carros blindados russos estão disparando. Estamos com medo e não temos para onde ir.”

A crise na Ucrânia começou em fevereiro de 2014, após protestos populares destituírem o governo do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, um conhecido aliado de Putin que vinha tentando afastar a Ucrânia da União Europeia e da Otan. Yanukovich fugiu para Moscou e a oposição assumiu o governo em Kiev.

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A resposta de Putin foi violenta. Um mês depois da fuga de seu aliado, forças russas anexaram a Península da Crimeia, onde fica a base naval e o Porto de Sebastopol, considerado uma das principais saídas marítimas da Rússia. Em seguida, milicianos comandados por Moscou se rebelaram no leste da Ucrânia, iniciando uma guerra civil nas regiões de Donetsk e Luhansk. 

Em comum, Crimeia, Donetsk e Luhansk são regiões ucranianas onde existe um grande contingente de cidadãos de origem russa, o que teria servido para justificar a ação, sob o ponto de vista de Putin. Foram os rebeldes pró-Rússia, lutando no leste da Ucrânia, que abateram por acidente o Boeing 777 da Malaysia Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, em março de 2014 – 298 pessoas morreram. / AFP

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