
27 de fevereiro de 2020 | 17h39
HAVANA - O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, defendeu nesta quinta-feira, 27, a candidatura do país ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, enquanto muitas organizações como a Anistia Internacional denunciam violações de direitos e liberdades na ilha.
"Temos moral e temos este direito", disse Díaz-Canel em um post no Twitter , dois dias após seu chanceler, Bruno Rodriguez, anunciar em Genebra que Cuba aspira ocupar uma das 47 cadeiras do Conselho no período de 2021 a 2023.
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Na postagem, o presidente cubano compartilhou um artigo do jornal estatal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, com o título "Razões que balizam a candidatura de Cuba ao Conselho de Direitos Humanos".
O texto garante que o país do Caribe exibe com orgulho "importantes conquistas em escala internacional" ao assumir um "compromisso real com a promoção e proteção de todos os direitos humanos para todas as pessoas e povos do mundo".
"Cuba tem resultados relevantes em termos de educação, saúde e previdência social, reconhecidos mundialmente", explica o artigo, que fala em "mais de 400 mil profissionais de saúde que completaram missões em 164 países".
Essas missões médicas são o pilar da exportação de serviços profissionais que Cuba realiza e se estabeleceu como uma das principais fontes de câmbio no Estado cubano.
O texto afirma que, com sua candidatura, o país do Caribe "continuará contribuindo para a comunidade internacional por meio de sua experiência em diálogo e cooperação, em prol dos direitos humanos".
No entanto, a candidatura do país coincide com a publicação do relatório anual da Anistia Internacional, que denuncia violações de direitos humanos em Cuba.
A organização internacional acusa o governo de Díaz-Canel de continuar "detendo e aprisionando arbitrariamente artistas e jornalistas independentes, além de membros da oposição política".
A Anistia assegura que em Cuba há pessoas presas por terem "manifestado pacificamente suas opiniões ou crenças" e lembra que a ONG cubana Prisoners Defenders certificou uma lista de 71 presos políticos.
Além disso, o relatório indica que em 2019 o governo cubano "não ratificou tratados internacionais de direitos humanos e se negou a fortalecer a independência do judiciário ou alinhar a legislação criminal cubana com os padrões internacionais de direitos humanos". /EFE
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