Presidente de Israel nega "infâmias" em investigação por assédio sexual

"Não pode, em um país democrático, uma pessoa ser sentenciada antes de ser julgada, e menos antes de ser investigada", acrescentou

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente de Israel, Moshé Katsav, se defendeu nesta sexta-feira de "todas as infâmias", após o fim da primeira parte do interrogatório sobre o suposto assédio sexual do chefe de Estado contra duas funcionárias. Katsav, de 61 anos, concedeu uma entrevista à rádio pública na qual respondeu à deputada trabalhista Shelly Yacimovich, que disse na quinta-feira a um canal de televisão que acreditava na versão de uma das denunciantes após ter se encontrado com ela. "Em países não democráticos, os deputados se apropriam das competências do procurador do Estado, do presidente do Tribunal Supremo, do chefe da Polícia Nacional, e isso é o que Shelly Yacimovich fez", disse Katsav. A deputada afirmou que, após conversar durante três horas com a ex-secretária "A", ficou convencida de que seu testemunho "é verdadeiro". "É preciso chamar a criança pelo nome, fala-se de estupro (não só de assédio)", motivo pelo qual, disse Yacimovich, Katsav teria que renunciar antes mesmo de ser julgado. A deputada, disse Katsav, "ouviu apenas uma das partes, e como ´grande sacerdotisa´, juíza do Tribunal Supremo e chefe da Polícia, decidiu que isso é suficiente, e divulgou sua decisão judicial". Katsav negou categoricamente as acusações sobre as quais foi interrogado pela Polícia. "Não pode, em um país democrático, uma pessoa ser sentenciada antes de ser julgada, e menos antes de ser investigada", acrescentou. O interrogatório policial, que começou na quarta-feira passada e continuou ontem, será retomado na próxima semana. Diante da pergunta de se é culpado dos crimes pelos quais sua ex-secretária o acusa, Katsav disse: "Mas claro que não. Todas as acusações são uma infâmia, tudo é mentira e falso". Também negou terminantemente que tivesse favorecido alguns criminosos indultados por ele, uma das atribuições do presidente.

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