17 de março de 2009 | 10h51
O presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana, entregou o poder aos militares um dia depois de o palácio presidencial ter sido invadido por tropas do Exército, segundo informações vindas da ilha.
O líder da oposição, Andry Rajoelina, se declarou presidente e afirmou que vai convocar eleições dentro de dois anos.
Rajoelina já teria, inclusive, assumido o gabinete da Presidência.
Mais de cem pessoas foram mortas desde que a oposição tomou as ruas em janeiro, exigindo a renúncia de Ravalomanana.
Vários ministros do governo já haviam apresentado sua denúncia depois da ação militar.
"Aparentemente o presidente está entregando o poder aos militares e vai fazer uma declaração", disse um assessor por escrito à BBC.
"A ordem assinada por Ravalomanana transfere os poderes de presidente e de primeiro-ministro a um conselho militar" teria dito um diplomata não identificado à agência de notícias AFP.
Na terça, Rajoelina, que tem 34 anos de idade e foi DJ, falou para milhares de simpatizantes em um comício, depois de assumir o gabinete da presidência na residência oficial na capital, Antanarivo.
Ravalomanana estava escondido no palácio Iavaloha, a cerca de 15 km do centro da cidade, de onde ele havia dito que estava pronto para lutar até a morte.
Na segunda-feira, Rajoelina rejeitou a oferta de Ravalomanana de convocar um referendo para resolver a crise e pediu sua prisão.
Mais tarde, os militares invadiram a residência presidencial no centro da cidade e assumiram o controle do Banco Central.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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