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Presidente defende ação que espionou também alemães

Obama reitera em Berlim que programa da Agência de Segurança Nacional foi 'crucial' para evitar ataques terroristas

Por Renata Miranda e BERLIM
Atualização:

Durante sua visita a Berlim, o presidente americano, Barack Obama, defendeu-se das críticas que recebeu sobre o escândalo que envolve a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e justificou o programa de vigilância de telefonemas e da internet, qualificando-o de "crucial" para a guerra ao terror.Obama ressaltou que os Estados Unidos monitoram apenas telefonemas que estão ligados de alguma maneira a supostas atividades terroristas e afirmou que toda a vigilância é feita com a autorização de mandados judiciais."Temos de atingir um equilíbrio e temos de ser cautelosos sobre como os governos estão agindo quando se trata de inteligência", disse o presidente durante uma entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel. "Esta não é uma situação na qual estamos vasculhando e-mails de cidadãos comuns alemães, americanos ou franceses", completou Obama.Merkel disse que o monitoramento que o governo faz das comunicações via internet precisa ser realizado dentro de "limites adequados"."Apesar de enxergarmos a necessidade de coletar informações, o tópico da proporcionalidade é sempre um tema importante e a ordem democrática livre tem como base o sentimento de segurança das pessoas", afirmou a chanceler, ao lado de Obama.O presidente americano ainda disse que "pelo menos 50 ameaças" de ataque foram neutralizadas em razão do programa, tanto nos Estados Unidos como também na Alemanha.A questão do monitoramento de ligações é um tema sensível para os alemães, que, durante anos tiveram a privacidade invadida pela Stasi, a temível polícia secreta da antiga Alemanha Oriental.Laços bilaterais. Obama fez questão de ressaltar, tanto na entrevista coletiva como em seu discurso diante do Portão de Brandenburgo, a importância das relações entre os Estados Unidos e Alemanha."Essa visita serviu para reafirmar a Alemanha e a Europa como importantes parceiros dos Estados Unidos, apesar do foco que o governo de Obama dá à Ásia", explicou Sudha David-Wilp, especialista do German Marshall Fund, em Berlim."As relações entre Washington e Berlim não são tão boas como eram antes", disse o cientista político Thomas Greven, da Freie Universität, também na capital alemã. "No entanto, os laços ainda são bons o bastante para suportar tensões causadas pela crise financeira e pelo escândalo do programa de espionagem", acrescentou o especialista.

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