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Presidente do Afeganistão é criticado por ter guarda-costas dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente afegão Hamid Karzai foi duramente criticado por uma facção que participa do governo de administrar de forma incompetente o país e foi advertido de que o fato de se apoiar em guarda-costas norte-americanos pode resultar em "perigosas consequências". A advertência apareceu em 19 de setembro num editorial do semanário Paum-e-Mujahid - um porta-voz extraoficial do Jamiat-e-Islami, o principal partido da Aliança do Norte que tomou o poder no ano passado após maciços ataques aéreos dos EUA contra o Taleban. "Acreditamos que Karzai ainda tem uma chance de rever suas políticas e deixar mais clara sua estratégia", afirma o editorial. "Mas seu apoio em alguns guarda-costas americanos e sua pouca atenção a suas ações resultarão em consequências perigosas". Said Tayeb Jawad, chefe de gabinete de Karzai, disse não ter visto o editorial e que não poderia comentá-lo. O Jamiat-e-Islami é dominado por tajiques e liderado pelo antigo presidente Burhanuddin Rabbani. Um de seus integrantes é o ministro da Defesa, Mohammed Fahim, considerado um rival de Karzai. Autoridades dos EUA e da ONU ajudaram a arquitetar a ascensão de Karzai à presidência porque queriam uma figura da comunidade majoritária pashtun que não fosse ligado ao Taleban. A base de poder de Karzai dentro do país antes da queda do Taleban era limitada. Hoje, sua autoridade está praticamente restrita à capital, e grande parte do interior está em poder de senhores da guerra. "Ainda não sabemos quanta autoridade Karzai realmente tem no governo. Em breve isso estará claro para todos", escreveu o Paum-e-Mujahid. O aumento da violência nos últimos dois meses mostrou que Karzai tornou-se "fraco" disse o jornal. O semanário cita o ainda não solucionado assassinato do vice-presidente Abdul Qadir, em 6 de julho, uma série de explosões não explicadas na capital nas últimas semanas, contínuas lutas de fações em todo o país e a fracassada tentativa de assassinato de Karzai em 5 de setembro. O presidente substituiu os guarda-costas afegãos por soldados das forças especiais dos EUA pouco depois da morte de Qadir.

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