
02 de dezembro de 2013 | 15h48
CABUL - O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, sugeriu adiar as eleições de abril e justificou querer evitar que nevascas no país impeçam a votação, disseram organizadores do pleito. A iniciativa deve irritar os EUA e críticos do presidente afegão, temerosos de que ele esteja tentando prolongar na marra o seu segundo e último mandato.
A Constituição impede Karzai de tentar uma nova reeleição e até agora ele não apoiou nenhum dos candidatos, embora haja a expectativa de que se pronuncie em favor de seu irmão mais velho Qayum, visto como um dos favoritos.
Visão Global: A audácia de Karzai
Recentemente, Karzai se recusou em assinar um acordo com os EUA que garantiria uma presença militar americana residual no Afeganistão depois de 2014. O presidente afegão disse que o acordo só deveria ser assinado depois da eleição presidencial, o que segundo alguns é um sinal da sua relutância em sair de cena.
"A respeito do tempo, há preocupações", disse no domingo o presidente da Comissão Eleitoral Independente, Yousof Nooristani, ao Senado afegão. "Até o presidente sugeriu que poderíamos fazer mudanças (na data), porque ele recebeu queixas das pessoas. Eu lhe disse que não poderíamos, porque a data está marcada com base na Constituição e na lei eleitoral."
Funcionários do governo dizem que em determinadas províncias o bloqueio de estradas por causa da neve pode impedir muitos eleitores de chegarem às seções eleitorais.
Embora a lei fixe a data do pleito, um membro da comissão nomeada pelo governo de Karzai para organizar a votação disse que ela pode ser adiada se houver risco de que o mau tempo inviabilize a participação de um grande número de eleitores.
"Isso é possível, mas uma coisa está clara. Estamos tentando não dizer isso, é prematuro", disse o comissário à Reuters, pedindo anonimato por não estar autorizado a dar declarações à imprensa./ REUTERS
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