Presidente do Iêmen concorda em deixar o poder após 32 anos

Saleh aprovou plano que prevê sua renúncia em 30 dias em troca de imunidade

PUBLICIDADE

Atualização:

SANAA - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, concordou em deixar o poder após 32 anos disseram fontes oficiais neste sábado, 23. Saleh deve entregar o poder a seu vice em 30 dias, de acordo com o plano de transição proposto por países do Golfo Pérsico que mediaram uma saída para a crise política do país.

 

PUBLICIDADE

Veja também:especialInfográfico:  A revolta que abalou o Oriente Médiomais imagens Galeria de fotos: Veja imagens dos protestos na região 

Além da transferência, o plano prevê que Saleh nomeie um integrante da oposição para liderar um governo interino que deve preparar eleições presidenciais dentro de dois meses. Saleh, sua família e assessores receberiam imunidade e não poderiam ser processados. O líder oposicionista Yassin Noman, porém, disse que não participará do governo interino. Integrantes da oposição vinham repetindo que rejeitavam a proposta de imunidade para Saleh. Se ele deixar o poder como previsto, se tornará o terceiro líder árabe a perder o cargo após a onda de levantes populares que atingiu a região este ano, após Zine al-Abidine Ben Ali na Tunísia e Hosni Mubarak no Egito.

 

Centenas de pessoas participaram de uma manifestação de apoio ao presidente na sexta-feira, mas o evento foi bem menor do que os protestos contra o regime dos últimos meses. No sábado, uma greve geral paralisou várias cidades iemitas, mas teve pouco efeito na capital, Sanaa. Nos últimos dois meses, Saleh usou da violência para conter a insurgência no país. Ele também ofereceu concessões, como a promessa de que não concorreria à reeleição depois do fim de seu mandato, em 2013, e que seu filho não concorrerá ao cargo. Pelo menos 120 pessoas morreram no Iêmen nos últimos dois meses em protestos contra o governo.

 

Segundo a correspondente da BBC em Sanaa Lina Sinjab, o enfraquecido governo iemenita tem pouco controle sobre a capital. Nos últimos anos, as Forças Armadas do país têm combatido uma rebelião armada no norte, além de um movimento separatista no sul.

 

BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.