20 de maio de 2011 | 09h36
SANAA - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse nesta sexta-feira, 20, que pretende convocar eleições antecipadas, ignorando um acordo que encerraria seu regime de 33 anos. Saleh falou a uma multidão de partidários em Sanaa, enquanto milhares de seus opositores se reuniam em uma praça próxima cantando slogans contra o líder. O presidente não citou uma data específica para as eleições nem mencionou uma proposta regional para ele deixar o poder em troca de imunidade judicial. A oposição acusa Saleh de desviar dinheiro público.
Veja também:
Infográfico: A revolta que abalou o Oriente Médio
Galeria de fotos: Veja imagens dos protestos na região
![]() |
O Iêmen enfrenta um período de três meses de protestos. Os EUA consideravam Saleh um aliado na luta contra o terrorismo, porém agora se afastam do presidente. Na quinta, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que "Saleh precisa cumprir seu compromisso de transferir o poder".
Um acordo que estava em negociação previa a saída de Saleh em 30 dias. O anúncio desta sexta-feira parece ser uma nova tática do presidente, pressionado pelos países do Golfo e pelos EUA a deixar o poder. Pela proposta do Conselho de Cooperação do Golfo, Saleh deve sair do cargo em até 30 dias após a assinatura do acordo, deixando o vice no comando. Em troca, teria imunidade judicial. Posteriormente seriam convocadas eleições.
Houve protestos não somente em Sanaa, mas também na segunda maior cidade do país, Taez, exigindo a renúncia de Saleh. O empobrecido país da Península Arábica enfrenta protestos desde o fim de janeiro pedindo o fim do governo. As forças de segurança têm reprimido as manifestações, matando pelo menos 180 pessoas, segundo médicos e ativistas. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.