Presidente do Irã ataca Israel em carta à chanceler alemã

Segundo o governo alemão, Ahmadinejad fez comentários "inaceitáveis" sobre a existência do Estado israelense e sobre o Holocausto

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez comentários "inaceitáveis" sobre Israel e o Holocausto em uma carta enviada à chanceler alemã, Angela Merkel, informou nesta sexta-feira o governo alemão. A carta, segundo o governo, não faz menção ao polêmico programa nuclear iraniano nem chega a comentar os atuais combates no Líbano. O porta-voz da chanceler, Ulrich Wilhelm, detalhou que o texto faz críticas pesadas ao Estado israelense, questionando inclusive seu direito de existir. "Há muitas afirmações que não são aceitáveis para nós, particularmente sobre Israel, sobre o direito do Estado de Israel de existir e sobre o Holocausto", afirmou. A Alemanha já havia criticado fortemente comentários anteriores de Ahmadinejad, nos quais ele rotulou o Holocausto nazista como "mito" e exortou a destruição de Israel. O porta-voz lembrou que Angela Merkel já disse repetidas vezes que o direito de Israel existir é ponto pacífico para a política alemã e que não "é aceitável questionar isso". O porta-voz também afirmou que a Alemanha não iria nem mesmo responder à carta enviada por Ahmadinejad. "O governo da Alemanha não tem intenção de enviar correspondência ao presidente iraniano", disse Wilhelm, acrescentando que a Alemanha, não obstante, continuará os esforços para solucionar a crise sobre o programa nuclear do Irã. Impasse nuclear A Alemanha está entre os países atualmente empenhados em buscar uma solução para o impasse em torno do programa nuclear iraniano. A comunidade internacional ofereceu em 6 de junho um pacote de incentivos energéticos para o Irã suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Após semanas de suspense, o governo iraniano informou na quinta-feira que dará uma resposta sobre a oferta internacional somente em 22 de agosto. O Irã já adiantou, porém, que poderá rejeitar a maioria dos pontos da proposta. O governo do Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e tem objetivos meramente energéticos, mas o Ocidente teme que a nação muçulmana queira fabricar armas atômicas.

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