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Presidente do Irã diz que solução do Oriente Médio é fim de Israel

Além disso, Ahmadinejad também defendeu um cessar-fogo imediato ao conflito

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse nesta quinta-feira que a solução para a crise no Oriente Médio seria a destruição de Israel, informou a mídia estatal do Irã. Durante um discurso em um encontro emergencial entre líderes muçulmanos na Malásia, Ahmadinejad também pediu pelo imediato cessar-fogo para acabar com os confrontos entre Israel e o grupo libanês patrocinado pelo seu país, o Hezbollah. "Embora a principal solução seja a eliminação do regime sionista, neste estágio um cessar-fogo imediato deve ser implementado", afirmou o líder iraniano. O porta-voz do Ministério do Exterior israelenses, Mark Regev, acusou Ahmadinejad de tentar unir os países da região para dar suporte ao Hezbollah. "Nossas operações no Líbano têm como objetivo neutralizar um dos maiores braços do Irã, o Hezbollah", disse Regev. "O Hezbollah (...) é um instrumento de Teerã para avançar com seu extremismo, e um golpe no Hezbollah é um golpe nos interesses iranianos e um golpe em todas as forças extremistas jihadistas na região." Ahmadinejad pediu para que todos os Estados muçulmanos "cortem suas políticas transparentes e secretas e os laços econômicos com o regime falso e fora-da-lei" de Israel. Ele também encorajou os Estados muçulmanos a "isolarem" os Estados Unidos e a Inglaterra pelo apoio que esses países deram aos ataques militares contra o Líbano. O líder iraniano também rejeitou o envio de forças internacionais na fronteira entre Israel e o Líbano. "A paz e a segurança no Líbano e suas fronteiras devem ser preservadas pelo governo e pelo povo libanês. O envio de forças internacionais é inaceitável em qualquer aspecto, a menos que seja justo, baseado nas regras das Nações Unidas e preservando a unidade e a integridade territorial do Líbano", completou Ahmadinejad. Os líderes de outros países muçulmanos presentes na reunião não comentaram nem apoiaram as opiniões do líder iraniano. Encontro de países islâmicos Durante o encontro emergencial para discutir a crise, os líderes muçulmanos exigiram um imediato cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Líderes chave das nações presentes na reunião, incluindo a Indonésia, o Paquistão e a Turquia, declararam que a guerra israelense poderá atiçar o radicalismo islâmico e criar novos terroristas. Os países também pediram para que as Nações Unidas abram uma investigação sobre possíveis violações dos direitos humanos feitas pelo Estado judeu nos territórios libanês e palestino. A organização divulgou após a reunião uma declaração de solidariedade para com o povo libanês "em sua legitima e heróica resistência contra a agressão israelense". Em sua declaração, os líderes pediram para que o Conselho de Segurança (CS) da ONU "cumpra com sua responsabilidade (...) em forçar um imediato e incondicional cessar-fogo". "Responsabilizamos Israel pela perda de vidas (...) e exigimos que Israel compense (o Líbano) e seu povo pelas perdas resultantes da agressão israelense." A Malásia reuniu líderes das 17 maiores nações islâmicas para discutir durante um dia sobre os ataques israelenses. O primeiro-ministro malaio, Abdullah Ahmad Badawi, disse que as batalhas fizeram com que os países islâmicos "temessem uma nova onda de ódio" e o aumento do número de terroristas. Ele pediu que uma força especial patrocinada pela ONU estabilize a situação, enfatizando que os muçulmanos "devem mostrar disposição para contribuir com as operações de paz da ONU". O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, líder do país muçulmano mais populoso do mundo, disse que a crise pode deixar a comunidade internacional a "apenas um passo do seu maior pesadelo: um choque entre civilizações". "Essa guerra deve parar, ou irá radicalizar o mundo muçulmano, até mesmo os que são como nós, moderados." O primeiro-ministro libanês, Fuad Saniora, que não participou pessoalmente da conferência, mas por meio de um vídeo, disse que "mais de 900 (pessoas) foram assassinadas e 3.000 feridas até agora. Um terço dos mortos são crianças com menos de 12 anos". Matéria ampliada às 16h42

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