Presidente do Iraque anuncia acordo de segurança com o Irã

Talabani não deu detalhes sobre o acordo de segurança com o Irã, e Ahmadinejad não mencionou qualquer tópico na entrevista coletiva conjunta em Teerã

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Iraque, Jalal Talabani, afirmou nesta quarta-feira, 29, ter alcançado um acordo de segurança com o Irã, país que os Estados Unidos acusam de alimentar o caos no país vizinho convulsionado pela guerra. Por seu lado, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que países, os quais não especificou, deixem de apoiar "terroristas" no Iraque e defendeu a retirada das tropas americanas do país árabe. Talabani e Ahmadinejad promoveram conversas nesta quarta-feira pouco antes de o presidente dos EUA, George W. Bush, se encontrar com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, na Jordânia, numa tentativa conter a escalada da violência no Iraque. Talabani não deu detalhes sobre o acordo de segurança com o Irã, e Ahmadinejad não mencionou qualquer tópico na entrevista coletiva conjunta em Teerã. "Tivemos discussões nos campos da segurança, economia, petróleo e indústria. Nosso entendimento foi completo", disse Talabani. "Esta visita foi um sucesso total. Seu resultado aparecerá em breve". Pedido de saída Ahmadinejad voltou a pedir a retirada das tropas dos EUA do Iraque. "Aconselho a vocês para saírem do Iraque", afirmou ele, dirigindo-se ao povo americano. "Com base num cronograma, transfiram as responsabilidades para o governo iraquiano. Isso atenderá a seus interesses, também". Ele exortou todos os países a parar de apoiar militantes no Iraque. "Apoiar terroristas é a pior ação que podem tomar", avaliou. Segundo Ahmadinejad, "extremistas devem ser afastados (do governo iraquiano) não importa a que grupo ou etnia pertençam. Este é o único caminho para a salvação". "Inimigos do Iraque tentam criar diferenças e espalhar a hostilidade entre o povo iraquiano", acrescentou. Os EUA acusam o Irã e seu aliado Síria de incentivarem a violência no Iraque. Teerã nega a acusação, garantindo que busca a estabilidade do vizinho e que o banho de sangue só terá fim com a saída das tropas americanas. Tanto Al-Maliki quanto Talabani têm laços de longa data com o Irã. O presidente iraquiano visita o Irã há três dias, tendo se reunido com Ahmadinejad e com o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.