Presidente do Líbano garante que não irá renunciar

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Por Agencia Estado
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O presidente do Líbano, Émile Lahoud, garantiu que não renunciará e que a guerrilha xiita do Hezbollah deve conservar suas armas até o fim do conflito árabe-israelense. "Não abandonarei meu posto. Só podem me obrigar a fazê-lo se eu for acusado de traição ou de ter violado a Constituição, mas não fiz nenhuma das duas coisas", afirmou Lahoud em entrevista à rede de televisão Al-Jazira. As Forças do 14 de Março, coalizão anti-Síria, exigem a renúncia de Lahoud por considerá-lo um "símbolo da era síria". O assunto será examinado na próxima quarta-feira, quando os principais líderes libaneses retomarem o diálogo nacional para tentar encontrar uma saída para a grave crise que o país atravessa. A crise começou com a prorrogação de seu mandato por três anos em 2004, a instigação da Síria, e culminou com o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em fevereiro de 2005, que conduziu em abril a retirada dos soldados e agentes sírios do país após três décadas. Lahoud acusou seus detratores, entre eles muitos ex-aliados da Síria, de terem "aproveitado a situação (da dominação síria) em seu próprio interesse". O presidente desafiou seus detratores a aceitarem a realização de novas eleições parlamentares, já que, segundo estima, a coalizão anti-Síria não será majoritária. "Se não temem eleições antecipadas, que os novos deputados elejam um novo presidente, ou que se faça um referendo e se verá quem o povo escolhe como governante." Segundo ele, a pessoa indicada para sucedê-lo é o general Michel Aoun, chefe de um importante grupo parlamentar, por ser "um homem de palavra e o mais qualificado para combater a corrupção e instaurar um Estado de direito". Com relação ao Hezbollah (partido de Deus), cujo desarmamento é exigido pela resolução 1.559 do Conselho de Segurança da ONU, Lahoud disse que "a resistência deve manter suas armas até a solução definitiva do conflito árabe-israelense e até o retorno dos refugiados palestinos a sua pátria". O Líbano abriga cerca de 400.000 refugiados palestinos, mas rejeita o assentamento definitivo.

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