15 de abril de 2010 | 10h50
MOSCOU - Segundo a agência de notícias russa RIA e a agência quirguis Akipress, o presidente do Quirguistão Kurmanbek Bakiyev abandonou o país hoje em um avião com destino rumo ao Casaquistão nesta quinta-feira, 15, depois que uma revolta no dia 7 de abril o forçou a deixar a capital Bishkek.
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Um avião militar de transporte recolheu Bakiyev no aeroporto de Jalal-Abad, cidade no sul do país onde o líder tinha se refugiado desde que foi derrubado por uma revolta popular.
Pouco antes, o próprio presidente anunciou que a Rússia e os Estados Unidos realizavam consultas com o Casaquistão, país que preside atualmente a Organização para a Segurança e Cooperação na
Europa (Osce), para decidir seu destino, e que o presidente casaque, Nursultan Nazarbayev, tinha o convidado para ir para o país.
"Meu destino e o lugar onde permanecerei no futuro está sendo debatido agora por dirigentes da Rússia, Casaquistão e inclusive dos Estados Unidos", disse Bakiyev à imprensa na casa de seu pai, na localidade de Tayit, perto de Jalal-Abad.
Além disso, confirmou que "iniciou negociações mais ou menos oficiais" sobre as condições de sua renúncia formal com um representante do Governo provisório.
"Aplaudo o início das negociações e estou aberto para escutar propostas", disse Bakiyev, quem em troca da renúncia pediu garantias de segurança para ele e seus familiares.
O subsecretário de Estado americano, Robert Blake, afirmou hoje na capital quirguiz, Bishkek, que realizava consultas com o Casaquistão sobre o destino de Bakiyev e as vias para legitimar ao
novo Governo provisório desse país de Ásia Central.
As novas autoridades do Quirguistão asseguraram por sua vez que querem que o deposto presidente abandone o país com destino ao exterior para não ter de proceder a sua detenção.
"Gostaria que Bakiyev saísse do Quirguistão e se exilasse em outro país. Facilitaria nosso trabalho", disse hoje à Agência Efe Edil Baisalov, chefe da administração do Governo provisório que derrubou o passado 7 de julho a Bakiyev.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, recomendou a Bakiyev que renunciasse ao cargo em favor do Governo de "confiança popular", sugerindo que tomasse uma decisão responsável sobre seu destino, que deve guiar os interesses do povo e não pelas ambições pessoais.
Bakiyev, acusado pela oposição de autoritarismo, nepotismo, abusos e corrupção, fugiu de Bishkek após os violentos choques entre os corpos de segurança e os manifestantes que no último dia 7
causaram mais de 80 mortos e 1,6 mil feridos.
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