07 de abril de 2010 | 14h44
BISHKEK - O presidente do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 7, e deixou a capital Bishkek depois dos violentos conflitos entre oposicionistas e as forças de segurança que deixaram ao menos 47 mortes e 400 feridos, disse Temir Sariyev, líder da oposição.
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Sariyev falou em transmissão na televisão estatal que os opositores entraram na sede do governo em Bishkek e o primeiro-ministro Daniyar Usenov assinou sua renúncia. Ele também disse que o presidente Bakiyev não ocupa mais o cargo. "Bakiyev deixou a Casa Branca (sede presidencial). Ele não está mais em Bishkek", disse. Um funcionário do aeroporto da capital confirmou que o presidente embarcou em um pequeno avião para uma cidade ao sul do país, como a oposição informou.
Sariyev ainda acrescentou que os opositores formaram um governo de coalizão e escolheram um novo premiê, um novo chefe de segurança e um novo ministro do Interior, já que o anterior titular da pasta, Moldomus Kongantiyev, foi morto em uma manifestação.
Segundo os opositores, a renúncia do governo foi fruto de um acordo. "Chegamos a um acordo que o governo deveria renunciar. Isso, entretanto, ainda não foi assinado", disse Galina Skripkina, do Partido Social Democrata.
Segundo as autoridades do Ministério da Saúde, ao menos 40 pessoas morreram e outras 400 ficaram feridas. Líderes da oposição, porém, contabilizam mais de cem mortos, embora os dados não possam ser confirmados.
Os protestos desta quarta no Quirguistão iniciaram após a prisão de dez líderes oposicionistas, posteriormente libertados. As manifestações, porém, tomaram grandes dimensões e os partidários de Sariyev, que estava entre os políticos detidos, invadiram a sede do governo. O Parlamento foi tomado a Promotoria de Bishkek incendiada.
As tensões no país aumentaram devido o crescimento das políticas autoritárias do presidente Bakiyev, segundo grupos defensores dos direitos humanos. Os manifestantes pediam a renúncia do mandatário e haviam dito que estariam dispostos a se reunir com o ele.
Com informações das agências Efe, AP e Reuters
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