Presidente do Sri Lanka é reeleito com quase 58% dos votos

Emissora estatal já havia anunciado que Mahinda Rajapaksa tinha ampla vantagem sobre Sarath Fonseka

PUBLICIDADE

Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, venceu as eleições presidenciais com 57,88% dos votos, frente aos 40,15% de seu maior adversário, o ex-comandante do Exército Sarath Fonseka, anunciou nesta quarta-feira, 27, a Comissão Eleitoral.

 

PUBLICIDADE

Segundo os dados que a Comissão divulgou em seu site, o atual chefe do Estado revalida seu mandato com 6.015.934 votos, enquanto o general Fonseka conseguiu 4.173.185 votos. Anteriormente, a emissora estatal já havia declarado Rajapaksa o vencedor do pleito.

 

Fonseka, entretanto, disse que havia rejeitado os resultados fornecidos pela televisão estatal e que contestaria o fato de que Rajapaksa foi reeleito, segundo uma carta enviada à Comissão Eleitoral.

 

No documento, o ex-general disse que a vitória de Rajapaksa com 58% dos votos não era válida e informou que iniciaria procedimentos legais para anulá-los. "O entusiasmo do povo que percebemos durante a campanha não está refletido nesse resultado. Nunca aceitaremos esse resultado e recorreremos à justiça", disse Fonseka.

 

Os dois principais nomes da disputa presidencial eram apontados como heróis da guerra civil entre a maioria cingalesa e o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE). O governo declarou a vitória no conflito no ano passado, após uma guerra civil de 25 anos.

 

Fonseka esperava ter um apoio maior entre a minoria tâmil, mas o comparecimento dessa parcela da população foi bastante baixo. No geral, o comparecimento ficou em 70%, segundo a TV estatal. Rajapaksa obteve 5,5 milhões de votos, antes 3,9 milhões de Fonseka, com apenas alguns milhares de votos por contar.

 

Ao longo da campanha, a oposição acusou Rajapaksa de tramar para vencer as eleições através de fraudes. O próprio Fonseka não pôde votar, pois seu nome não constava da lista de eleitores, segundo a versão do oposicionista.

Publicidade

 

Conforme os resultados eram anunciados, tropas cercaram o hotel onde estava Fonseka. Segundo os militares, não havia planos para prender o general, mas apenas para protegê-lo. Um analista político em Colombo, Jehan Perera, disse que a presença militar no hotel era algo "absolutamente sem precedentes".

 

Fonseka é popular entre as tropas por sua liderança na vitória contra o LTTE. O governo teme que ele possa afirmar que houve fraude e então tentar tomar o poder, segundo Perera.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.