Presidente do Sudão ameaça expulsar fiscais internacionais das eleições

Funcionários do Centro Carter propuseram o adiamento do pleito por motivos logísticos

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CARTUM - O presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, ameaçou expulsar os monitores eleitorais internacionais após eles declararem que as eleições de abril correm o risco de adiamento.

 

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"Nós trouxemos essas organizações de fora para monitorar as eleições, mas se eles pedirem para que elas sejam adiadas, nós os dispensaremos. Queremos que eles vejam as eleições livres e justas, mas se interferirem em nossos assuntos, vamos jogá-los fora", disse o presidente nesta segunda-feira, 22, à televisão estatal.

 

A única missão internacional de observação no Sudão disse na semana passada que o país pode ter as eleições adiadas por conta de problemas logísticos, com centenas de milhares de nomes dos eleitores fora das listas. O próximo pleito será a primeira disputa eleitoral multipartidária do país em 24 anos.

 

Funcionários do Centro Carter, órgão de monitoramento presente no país, disseram que as eleições presidenciais e legislativas estão sujeitas a "diversos riscos" e exortaram o governo a impor restrições aos comícios e a paralisar a luta contra os rebeldes em Darfur.

 

A votação estava inicialmente marcada para o dia 11 de abril. A eleição está prevista em um acordo de paz de 2005 que encerrou quase duas décadas de lutas entre o norte e o sul do país, o maior da África.

 

Os funcionários do Centro Carter, fundado pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter para assegurar a democracia nos locais onde o governo é frágil, disseram que as preparações para o pleito estão bastante atrasadas. Membros da oposição apoiaram o argumento e pediram o adiamento do processo eleitoral, dizendo que seriam necessárias reformas democráticas antes da votação.

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