Presidente dos EUA e chanceler alemã demonstram sintonia

Diante de jornalistas, líderes deixaram de lado as formalidades para reforçar imagem de parceria entre potências

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Por ALISON SMALE
Atualização:

Por duas vezes o presidente Barack Obama chamou Angela Merkel apenas de "Angela", pronunciando seu nome à maneira alemã, acentuando o "ge". Enquanto Obama respondia à pergunta de um jornalista alemão sobre o fato de não ter fechado a prisão de Guantánamo, a chanceler dirigiu-se ao presidente dizendo: "Du, glaube ich" - usando o pronome na forma familiar em alemão. Os líderes políticos são bons em fingir uma camaradagem, especialmente americanos e alemães, ambos sujeitos a rigorosas campanhas eleitorais. No entanto, diversos observadores se espantaram com a fácil comunicação entre Obama e Merkel na coletiva de 45 minutos ontem, na moderna chancelaria alemã, onde as conversas ultrapassaram os 15 minutos estabelecidos - algo inusitado para uma líder alemã que gosta de pontualidade. Merkel iniciou a entrevista desejando ao presidente uma "recepção cordial" em Berlim. Obama, por seu lado, manifestou seu prazer de estar na capital alemã, sua primeira visita de Estado à cidade, e disse que sempre aprecia a acolhida calorosa que tem na Alemanha - uma observação irônica sobre o clima extraordinariamente quente, beirando os 30 graus, naquele momento. Nenhum dos dois hesitou em entrar no território do outro quando o tema era de clara importância. Obama respondeu rapidamente a uma pergunta dirigida a Merkel sobre o monitoramento de americanos e estrangeiros pela Agência de Segurança Nacional. A chanceler alemã, prontamente, rechaçou a sugestão de um jornalista de seu país de que Obama lhe pedira para fazer mais ou mudar o curso da crise do euro, já que ela tem sido acusada de impor uma austeridade excessiva a países europeus. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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