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Presidente dos EUA tropeça em questão racial

Por AE/AP
Atualização:

Quando tudo parecia indicar que o presidente dos EUA, Barack Obama, iria desfrutar de outro grande triunfo legislativo - o impulso a uma reforma da legislação financeira e a pagamentos adicionais ao desempregados - as controvérsias raciais voltaram a impor uma distração inconveniente, pela segunda vez no governo do primeiro presidente negro do país. Um blogueiro direitista colocou na internet o fragmento de um vídeo no qual Shirley Sherrod, uma mulher negra que trabalhava no Departamento de Agricultura na Geórgia, parecia apoiar uma discriminação vingativa contra os brancos, durante uma reunião da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas da Raça Negra (NAACP, na sigla em inglês). A emissora de televisão Fox apressou-se a explorar o incidente, o secretário de Agricultura Tom Vilsack ordenou a demissão de Sherrod e a NAACP condenou as declarações da mulher. Não tardou muito, no entanto, para que tudo o que havia sido dito por Sherrod viesse à tona e não apenas o trecho editado do vídeo que havia sido colocado na Internet. Em sua fala, Sherrod na realidade reconhecia seu próprio erro do passado, e dizia que havia aprendido uma lição redentora. A Casa Branca teve de desculpar-se. Vilsack afirmou que sentia muito e ofereceu a Sherrod um novo emprego e Obama chamou a mulher na quinta-feira para manifestar a ela seu pesar. Se o governo tivesse esperado apenas um dia, poderia ter evitado toda essa situação embaraçosa e a necessidade de pedir desculpas. Certamente, o ataque a Sherrod teria se voltado contra seus acusadores, como um exemplo do pior tipo de extremismo. Há quase um ano, Obama também tropeçou com a questão racial, num incidente que distraiu a Casa Branca num momento em que o governo se empenhava em promover a reforma do sistema nacional de saúde. Henry Louis Gates, um professor negro da Universidade de Harvard, foi preso em sua própria casa por um sargento branco de Massachusetts, James Crowley. Chamado a investigar um possível furto na casa de Gates, Crowley, mesmo comprovando que Gates não era o ladrão e sim o dono da casa, prendeu o professor assim mesmo, após a discussão entre ambos ter ficado acalorada. As informações são da Associated Press.

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