16 de novembro de 2012 | 02h03
De acordo com a imprensa estatal egípcia, o chefe de inteligência, Mohamed Raafat Shehata, e outros assessores de Morsi devem completar a equipe, que mostrará solidariedade aos moradores do território. "Israel precisa entender que essa agressão é inaceitável e só criará instabilidade na região", disse Morsi.
Observadores da política egípcia têm questionado há meses como o governo pós-revolucionário e democrático, aliado à Irmandade Muçulmana, responderia a um ataque israelense à Faixa de Gaza, que faz fronteira com os dois países.
A Irmandade tem expressado simpatia pela população palestina sob embargo em Gaza e ceticismo sobre o tratado de paz entre Egito e Israel, assinado em 1979. O grupo também é mais sensível à opinião pública egípcia - que não é muito a favor de Israel - do que o governo de Hosni Mubarak.
A relação entre Egito e Israel tem permanecido relativamente estável desde a Primavera Árabe e o governo do Cairo mantém a parte que lhe cabe na manutenção do embargo, mas analistas temem que o ataque a Gaza possa mudar a posição egípcia.
A possibilidade mais provável é uma deterioração nas relações bilaterais, na linha do que ocorreu entre Israel e Turquia após a invasão israelense à Faixa de Gaza de dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
A relação entre israelenses e egípcios é singular e tem algumas características importantes. Não há sinais de que o Egito considere pôr fim ao embargo a Gaza. Fazê-lo arruinaria os laços bilaterais. Se Morsi pretende elevar o nível de retaliação a Israel, essa deve ser a escolha que provavelmente tomará. O pior cenário seria o fim dos Acordos de Paz de Camp David. Isso, porém, parece improvável, já que o Egito depende de ajuda americana e o presidente Barack Obama já disse que o pacto é uma espécie de "linha vermelha" que não deve ser cruzada. / AP E WP
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