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Presidente eleito acompanhará saída de Zelaya de Honduras

Porfirio Lobo disse ter tentado entrar em contato com Lula para pedir reconhecimento do governo.

Por Caio Quero
Atualização:

O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, deu mais detalhes nesta terça-feira sobre como deve funcionar a operação que permitirá que o mandatário deposto do país, Manuel Zelaya, deixe a embaixada brasileira em Tegucigalpa para seguir para a República Dominicana. Em uma entrevista coletiva em um hotel em Tegucigalpa, Lobo afirmou que ele próprio fará parte da comitiva que irá até a representação diplomática brasileira para acompanhar Zelaya até o aeroporto, na próxima quarta-feira. Segundo Lobo, além dele, acompanharão Zelaya em sua saída os presidentes Álvaro Colom, da Guatemala, e Leonel Fernández, da República Dominicana. "O presidente Fernández, o presidente Colom e eu iremos à embaixada do Brasil para levar o presidente Zelaya ao aeroporto, para que ele possa sair", disse. Zelaya está abrigado na representação brasileira em Tegucigalpa desde o último dia 21 de setembro, quando voltou secretamente ao país depois de ter sido deposto, em junho ano passado. Durante a entrevista coletiva, Lobo, que será empossado no cargo nesta quarta-feira, afirmou que o salvo-conduto que irá conceder para que Zelaya deixe a embaixada "tem a intenção de dar um tratamento digno ao presidente". "Para nosso governo, ter um presidente preso em uma embaixada, não pode ser, não é justo nem digno para um presidente", disse. Segundo o presidente eleito, o salvo-conduto para Zelaya teria amparo "legal e constitucional". Ele também afirmou ter conversado com os chefes do Judiciário de do Ministério Público hondurenho, que têm se mostrado críticos ao plano de um salvo-conduto. Lula Durante a coletiva, Lobo também falou sobre as gestões que tem feito para tentar convencer a comunidade internacional a reconhecer seu governo. Diversos países, entre eles o Brasil, cortaram relações diplomáticas com Honduras após a deposição de Zelaya, não reconhecendo nem mesmo o pleito de 29 de novembro, quando Lobo foi eleito o novo presidente. De acordo com Lobo, ele teria tentado entrar em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tentativa de negociar o reconhecimento ao seu governo, mas não teria conseguido falar com o brasileiro. Ele atribuiu o insucesso à diferença de fusos horários entre Tegucigalpa e Brasília, que é de atualmente quatro horas. A posição oficial do governo brasileiro em relação à nova adminstração de Honduras é a de não reconhecimento. Em declarações dadas à Agência Brasil na semana passada, no entanto, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, sinalizou que o governo brasileiro pode rever sua posição em relação à nova administração hondurenha. "Vamos levar esse assunto para a reunião do Grupo do Rio, que será em Cancún (México) no mês que vem. Estamos analisando os acontecimentos em Honduras e mantemos nossa posição de repudiar o golpe de Estado que houve lá", disse Garcia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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