Presidente eleito do Peru pede que família não tente tirar proveito do poder

Ollanta Humala enfrenta críticas depois de seu irmão ter viajado à Rússia apresentando-se como autoridade sênior peruana.

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Por Dan Collyns
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O presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, pediu discrição e discernimento a seus familiares, instando-os a parar de fazer comentários na imprensa e a parar de tentar tirar vantagem da proximidade com o poder. Humala, que toma posse na semana que vem, disse que a melhor maneira de ajudar um presidente é deixando que ele trabalhe. O eleito enfrentou críticas principalmente depois que seu irmão Alexis fez uma visita à Rússia no início do mês e se encontrou com autoridades seniores em Moscou. Pesquisas de opinião indicam que a popularidade do presidente despencou depois que a visita se tornou de conhecimento do público, em um escândalo ocorrido antes mesmo que Humala recebesse a faixa presidencial. Alexis Humala se apresentou em Moscou como uma autoridade peruana em viagem à Rússia para discutir acordos relacionados a gás, pesca e armas. O presidente eleito nega ter mandado o irmão em viagem oficial e suspendeu Alexis de seu partido político. Críticos pedem que a agremiação o expulse. Em uma entrevista à TV, Humala pediu à sua família que não tente obter benefícios de seu novo posto. "Disse a ele (Alexis) e a meus familiares que a melhor maneira de ajudar um presidente é deixando-o trabalhar, sem se aproveitar, ou crer que ser da família do presidente dá a eles algum tipo de poder acima do resto dos cidadãos", disse Humala na entrevista, na noite de domingo. Família polêmica Durante sua campanha à Presidência, Humala tentou se posicionar como moderado e se distanciar das visões esquerdistas radicais defendidas por seu pai e por seus irmãos. Essas mesmas visões prejudicaram Humala na campanha anterior, em 2006, quando ele perdeu as eleições para Alan García. Isaac, pai do presidente eleito, é integrante de uma seita que defende a superioridade dos peruanos de origem indígena; Antauro Humala, outro irmão do presidente, é um ex-militar condenado a 25 anos de prisão por liderar em 2005 um ataque cujo objetivo era obrigar o então presidente Alejandro Toledo a renunciar. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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