SANA - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, insistiu nesta quarta-feira, 25, que não tem a intenção de permanecer no poder e que está pronto para assinar, em qualquer momento, a iniciativa dos países do Golfo Pérsico.
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As declarações de Saleh à imprensa coincidem com enfrentamentos na capital do país, Sana, entre homens armados fiéis ao influente líder tribal Sadeq bin Abdullah al Ahmar e as forças de segurança. Nestes confrontos, que começaram há dois dias, mais de 30 pessoas já morreram.
O presidente descartou que estes choques possam se tornar um conflito generalizado, embora tenha acusado a oposição de "planejar uma guerra civil".
Além disso, assegurou que serão perseguidos legalmente os implicados nestes choques, que eclodiram na segunda-feira, um dia depois de Saleh ter se negado, pela terceira vez, a assinar uma iniciativa dos países do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico que inclui a renúncia ao poder do presidente e que já foi assinada pela oposição e o partido governante.
Discurso de Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu nesta quarta que Saleh deixe o poder. Em um discurso conjunto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Obama parabenizou os manifestantes no Oriente Médio por sua coragem em lutar por seus direitos e liberdade.
Na manhã desta quarta-feira, voltaram a ocorrer enfrentamentos entre milicianos simpatizantes de Al Ahmar e forças de segurança no bairro de Al Hasba, em Sana.
Até o momento, morreram 16 policiais, nove milicianos tribais e cinco membros de uma mesma família, cuja casa foi atingida por um explosivo.
Há ainda mais de 60 feridos entre policiais e homens armados, entre eles o chefe dos serviços secretos iemenitas, Galeb al Qames, que acudiu nesta terça-feira à casa de Al Ahmar para tentar mediar entre o Governo e a família do líder tribal, que simpatiza com a oposição e pede a renúncia de Ali Abdullah Saleh.