Presidente israelense critica fala de Bolsonaro sobre Holocausto

‘Nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer’, afirma Reuven Rivlin, rebatendo declaração feita por brasileiro

PUBLICIDADE

Por NYT
Atualização:

NOVA YORK - O presidente de Israel, Reuven Rivlin, criticou ontem declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o Holocausto pode ser “perdoado, não esquecido”. “Nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer”, escreveu Rivlin no Twitter. 

Sem mencionar o nome do presidente brasileiro, o líder israelense afirmou ainda: “Líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Um não deve entrar no território do outro”.

Presidente de Israel, Reuven Rivlin, fala na sede da ONU, em Nova York, durante cerimônia em memória às vítimas do Holocausto Foto: Mike Segar/ REUTERS - 28/1/2015

PUBLICIDADE

O Yad Vashem, museu do Holocausto em Jerusalém, também se manifestou sobre a fala de Bolsonaro. “Discordamos da declaração do presidente brasileiro de que o Holocausto pode ser perdoado. Ninguém está em posição de determinar quem e se os crimes do Holocausto podem ser perdoados”, afirmou, em nota.

Bolsonaro fez o comentário na noite de quinta-feira, durante reunião com pastores evangélicos no Rio de Janeiro, quando falava sobre sua visita ao museu do Holocausto em Israel neste mês, em companhia do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Declaração. “Nós podemos perdoar. Mas não podemos esquecer”, afirmou o presidente brasileiro, sobre o extermínio de milhões de judeus durante a 2.ª Guerra. Em seguida, acrescentou que é preciso agir para garantir que esses horrores não se repitam. “Aqueles que esquecem o passado estão condenados a não ter futuro.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.