PUBLICIDADE

Presidente liberiano deve renunciar nesta segunda

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Libéria, Charles Taylor, deve cumprir a promessa de deixar nesta segunda-feira o poder e exilar-se na Nigéria, mas os rebeldes que o combatem manifestaram ceticismo. Taylor gravou um discurso para despedir-se da população. Mas as duas estações de rádio da capital permaneciam mudas por falta de diesel para seus geradores, a única fonte de energia em Monróvia, a capital cercada há mais de dois meses pelos rebeldes do grupo Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia (Lurd), em uma guerra civil que já matou mais de mil pessoas. Assessores de Taylor procuraram por toda parte, sem sucesso, combustível para pôr as rádios no ar. No entanto, mesmo se o encontrassem, poucos em Monróvia teriam pilhas para seus rádios portáteis para ouvir o discurso. Taylor diz em sua fala gravada que seu "amor pelo povo" o levou a sacrificar seu governo e está renunciando para deter o derramamento de sangue na Libéria. O líder liberiano acusou os Estados Unidos de estarem forçando sua saída. O vice-presidente Moses Blah, que deve assumir a chefia de Estado, garantiu que Taylor deixará o poder amanhã em uma cerimônia que será realizada ao meio-dia (horário local). Blah fez neste domingo um pedido de paz aos rebeldes, que rejeitam sua indicação à presidência, alegando que não aceitam ninguém ligado a Taylor. Pelo menos três chefes de Estado africanos irão a Monróvia para assistir a entrega de poder a Blah. O vice-presidente disse hoje estar "100% certo" de que conseguirá trazer a paz à Libéria, acrescentando que, logo após a partida de Taylor, chamará os líderes rebeldes à sua casa para conversar com eles. "Não tenho interesse em ser presidente. Eu os estou exortando a unir o país." Ainda cético, um dos líderes rebeldes, A.L. Sekou Fofana, admitiu que, se Taylor realmente deixar o poder, "será um passo na direção correta". Ele reiterou a promessa rebelde de ceder o porto de Monróvia a uma força de paz oeste-africana, assim que houver soldados suficientes para proteger a área dos homens de Taylor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.