Presidente polonês critica Rússia e eixo Berlim-Moscou

Lech Kaczynski fez ainda referência ao "suspeito caso" do ex-espião russo Litvinenko

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Por Agencia Estado
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O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, criticou a relação entre Alemanha e Rússia, assim como a dependência energética da União Européia (UE) em relação a Moscou, e fez referência ao "suspeito caso" do ex-espião russo Alexander Litvinenko. "Há fenômenos que não ocorrem em outros lugares. Nem todos os fatos são conhecidos. Mas é indiscutível que (Anna) Politkovskaya foi assassinada e que o caso Litvinenko é altamente suspeito. Pelo menos na Polônia nenhum opositor foi assassinado nos últimos anos", disse Kaczynski à revista Focus. O presidente polonês se referiu às mortes da jornalista e do ex-espião russos, ocorridas em outubro e na semana passada, respectivamente, para questionar a excessivamente estreita, em sua opinião, relação entre Berlim e Moscou. "Não posso crer que os políticos alemães não vejam diferença alguma entre França, Alemanha e Polônia, de um lado, e a Rússia de hoje, do outro", disse Kaczynski à publicação, a poucos dias de sua reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Jacques Chirac. Os líderes dos três países se reunirão terça-feira, em Mettlach (oeste da Alemanha), dentro dos periódicos encontros do denominado Triângulo de Weimar. O presidente polonês destaca na entrevista concedida à Focus o que considera a excessiva dependência européia em relação aos insumos energéticos russos. "A Rússia, teoricamente, poderia sobreviver sem os fornecimentos de gás. A Europa, não", afirmou ele, que classifica como "perigosa" a suposição de que atualmente as autoridades russas têm dois parceiros estratégicos, a UE e a Alemanha. "Eu achava que a Alemanha era parte da UE", diz Kaczynski, que, com a declaração, insinua que Berlim atua por conta própria.

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