
23 de setembro de 2011 | 15h06
O retorno de Saleh suscitou grandes questões sobre o futuro do país situado na Península Arábica, que está paralisado desde janeiro pelos protestos contra o presidente, há 33 anos no poder.
Em Nova York, os Estados Unidos disseram que querem a renúncia de Saleh, que ele transfira totalmente o poder e permita o Iêmen a "seguir em frente."
A violência na capital do Iêmen, Sanaa, explodiu esta semana, quando um impasse que dura meses entre tropas leais e forças que apóiam os manifestantes anti-Saleh se transformaram num confronto militar que matou mais de 100 pessoas em cinco dias.
O país, um dos mais pobres da região, também enfrenta uma insurgência da Al Qaeda, uma trégua delicada com combatentes xiitas no norte e o separatismo no sul.
Momentos depois do anúncio na televisão estatal de sua volta da Arábia Saudita, onde ele se recuperou das queimaduras ocorridas durante uma tentativa de assassinato, ouviram-se explosões de tiros e de fogos de artifício nas ruas da capital. No distrito de Hasaba, na capital, também havia o barulho de bombas.
Saleh pediu por um cessar-fogo para que fosse possível conversar.
"A solução não está nas bocas dos fuzis e revólveres, está no diálogo e em conter esse derramamento de sangue," disse Saleh, segundo o Ministério da Defesa. Mas muitos iemenitas consideraram a volta dele como uma tentativa de convocar a guerra e agora esperam mais violência.
A volta do presidente dividiu profundamente os iemenitas. Os simpatizantes dele predizem alegremente que ele pode restabelecer a paz. Os opositores afirmam temer que a presença dele deflagrará um derramamento de sangue.
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