
15 de janeiro de 2012 | 09h30
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, aprovou neste domingo uma anistia geral para todos os crimes cometidos durante os dez meses de protestos populares contra o governo, segundo anunciou a mídia estatal.
A anistia poderia ser aplicada aos desertores do Exército que se entregarem antes do final de janeiro, manifestantes pacíficos e outros que entreguem armas ilegais, segundo a agência oficial síria Sana.
Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas já morreram em consequência da repressão ao levante e 14 mil pessoas envolvidas nos protestos estariam presas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a Assad o fim da violência no país.
"Pare com a violência, Pare de mater seu povo. O caminho da repressão é um beco sem saída", afirmou Ban durante uma conferência sobre democracia nos países árabes em Beirute, no Líbano.
Desafio à repressão
Assad já concedeu várias anistias a prisioneiros desde o início dos protestos, em março, mas milhares ainda permaneceriam presos.
Segundo o correspondente da BBC Jonathan Head, a anistia anunciada neste domingo ainda não indica o possível fim dos conflitos.
Dezenas de milhares de pessoas em várias regiões da Síria continuam saindo às ruas para pedir o fim do regime de Assad, desafiando a repressão do governo.
Em uma rara manifestação pública na semana passada, Assad acusou novamente as potências internacionais de tentarem desestabilizar a Síria e prometeu esmagar os "terroristas" com um "punho de ferro".
No sábado, o líder do Catar, xeque Hamad bin Khalifa al Thani, afirmou que os países árabes deveriam enviar tropas para a Síria para interromper o derramamento de sangue.
"Para uma situação dessas, para interromper a matança, tropas deveriam ir para lá", disse ele à TV americana CBS.
Esta é a primeira vez que um líder árabe defende publicamente uma intervenção militar na Síria. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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