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Presidente turco deve expulsar cônsules que apoiaram jornalista acusado de espionagem

Recep Tayyip Erdogan criticou o cônsul britânico Leigh Turner por publicar uma foto com o redator-chefe do jornal de oposição Cumhuriyet

Atualização:

ISTAMBUL - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, insinuou nesta segunda-feira, 28, que poderia retirar as credenciais dos cônsules europeus que expressaram apoio a um jornalista turco acusado de espionagem.

O presidente criticou, sem dar nomes, o cônsul britânico Leigh Turner, que na sexta-feira publicou no Twitter uma selfie com o jornalista Can Dündar, redator-chefe do jornal opositor Cumhuriyet.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan Foto: EFE/Turkish President Press Office

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"Se esta pessoa ainda pode trabalhar em nosso país é por nossa magnanimidade e nossa hospitalidade. Em outros lugares não deixariam ficar nem um dia um diplomata que se comporta assim", disse Erdogan em discurso exibido pela emissora CNNTÜRK.

Além de Turner, a cônsul francesa Muriel Domenech e o holandês Robert Schuddeboom, entre outros diplomatas, visitaram na sexta-feira o tribunal onde acontece o julgamento de Dündar e de seu colega Erdem Gül, acusados de publicar imagens de um suposto envio secreto de armas da Turquia à Síria.

O Ministério das Relações Exteriores da Turquia divulgou nesta segunda-feira uma breve nota para expressar seu mal-estar com relação à atitude dos diplomatas, segundo a emissora. "Transferimos nosso mal-estar aos representantes dos países cujos diplomatas e representantes consulares compartilharam nas redes sociais sua presença no julgamento de Can Dündar e Erdem Gül em Istambul, em 25 de março, que consideramos inadequada", afirmou a nota.

A visita ao tribunal "poderia ser uma intromissão na independência da justiça", acrescentou o comunicado.

A promotoria pede prisão perpétua para os dois jornalistas, que passaram três meses em prisão preventiva antes de serem libertados em fevereiro por uma sentença do Tribunal Constitucional.

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Erdogan pediu ao judiciário que não acatasse a esta sentença e no sábado afirmou, em referência ao mesmo incidente, que um cônsul só pode se movimentar livremente dentro de sua delegação, e que para qualquer ato fora dela necessitaria de "permissão". /EFE

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