Presidente ucraniano anuncia cessar-fogo unilateral de sete dias

Poroshenko diz que trégua dura até o dia 27, tempo para o separatistas largarem as armas e uma zona-tampão ser criada

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KIEV - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou nesta sexta-feira, 20, um cessar-fogo unilateral que durará sete dias. A trégua faz parte de um plano de 14 pontos apresentado pelo presidente e pode ser o primeiro passo para acabar com o conflito entre ucranianos e separatistas pró-Rússia, levando paz à região leste.

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"O cessar-fogo começa hoje, 20 de junho, e durará até o dia 27", afirmou Poroshenko em sua primeira visita à Donetsk desde que assumiu a presidência. Segundo o presidente, o tempo é "mais do que suficiente" para o processo de desarme dos separatistas pró-Rússia e a criação de uma zona-tampão na região da fronteira russa.

A ordem de cessar-fogo foi dada a todas unidades das Forças Armadas, à Guarda Nacional e aos militares que atuam nas fronteiras do país, informou um comunicado da presidência. "O Exército ucraniano interrompe os ataques. Mas isso não quer dizer que não ofereceremos resistência em caso de agressão contra nossos militares", ressaltou Poroshenko.

O plano de 14 pontos também estipula um desarmamento imediato, a formação de "corredores para que os mercenários russos e ucranianos deixem a zona de conflito", a libertação de reféns, a anistia para os separatistas que entregarem as armas e não tenham cometido crimes graves e o fim da ocupação ilegal dos edifícios públicos e Donetsk e Luhansk controlados pelos separatistas.

A proposta de Poroshenko também estabelece a criação de uma zona-tampão de 10 km na fronteira com a Rússia. Kiev diz que combatentes, suprimentos de armas e outros equipamentos militares russos estão entrando na Ucrânia e servem de suporte aos separatistas, por isso o reforço do controle na região é a principal preocupação do governo.

Os combates entre o Exército ucraniano e separatistas no leste do país deixaram pelo menos 360 mortos desde abril. Poroshenko conversou na quinta 19 por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o plano de paz.

Entre os 14 pontos do documento, também estão previstos a descentralização do poder, a proteção da língua russa com uma reforma constitucional, a organização rápida de eleições legislativas locais e um programa para a criação de empregos no leste ucraniano. / AP e EFE

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