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Presidentes do Egito e da Tunísia reúnem-se no Cairo

Por AE
Atualização:

Os presidentes do Egito e da Tunísia prometeram nesta sexta-feira abrir um novo capítulo nas relações entre os dois países, após os levantes que derrubaram antigos governantes. Após se encontrar com o novo presidente do Egito, o islamita Mohammed Morsi, no Cairo, o presidente tunisiano Moncef Marzouki disse aos jornalistas, em coletiva conjunta de imprensa, que os dois países vão reconstruir suas ligações tendo como base as "experiências compartilhadas" após o que ele descreveu como décadas de relações tensas. "Eu não vou dizer que vamos começar do zero, mas é certo que estamos avançando nas relações que durante anos e anos estavam estagnadas e sem amizade e calor", declarou Marzouki."Uma nova era de relações começou entre os dois países", confirmou Morsi. Marzouki ficou exilado por causa de seu ativismo e Morsi foi preso por suas atividades com a Irmandade Muçulmana durante os regimes antigos dos dois países. Quando Zine El Abidine Ben Ali, foi derrubado no ano passado, a ação serviu como inspiração para que os egípcios fizessem a mesma coisa com seu presidente, Hosni Mubarak. Nos dois países, os islamitas subiram ao poder em eleições livres, após as quedas dos ditadores. Marzouki disse que os dois líderes falaram especificamente sobre o levante na Síria e seu apoio ao povo sírio, mas que ambos se opõem a uma intervenção militar como forma de encerrar o derramamento de sangue que, segundo ativistas, já deixou mais de 17 mil mortos. O encontro de Morsi com o presidente tunisiano ocorreu um dia depois de ele ter voltado de viagem da Arábia Saudita, sua primeira visita ao exterior desde que assumiu a presidência do Egito. ParlamentoMilhares de egípcios se reuniram no Cairo nesta sexta-feira em apoio à decisão de Morsi de reconvocar o Parlamento do país, predominantemente islamita, apesar da decisão do Judiciário de dissolver a câmara. A manifestação, que ocorreu após protestos menores na praça Tahrir e em outras cidades, foi organizado pelo partido da Irmandade Muçulmana, uma série de grupos islamitas ultraconservadores e o movimento ativista 6 de Abril. Os principais partidos liberais e o partido salafita Nour não participaram da manifestação. Morsi emitiu um decreto, no início desta semana, convocando uma sessão do Parlamento, apesar da decisão do Supremo Tribunal Constitucional, segundo a qual a eleição legislativa foi inválida porque um terço de seus membros foram eleitos de forma ilegal. A manifestação desta sexta-feira na praça Tahrir contestou a decisão do judiciário e acusou o conselho militar do país, que detém poderes legislativos, na falta de um Parlamento. As informações são da Associated Press.

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