Preso espanhol acusado de tentar abater avião de Aznar

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Por AE-AP
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A justiça espanhola ordenou hoje a prisão de um suposto ativista do grupo separatista basco ETA. Pedro María Olano é acusado de conspirar em um atentado para derrubar o avião do ex-presidente José María Aznar. Segundo a decisão do magistrado, Olano, detido na sexta-feira no município basco de Lizartza, transportou da França para a Espanha, em 2001, um lançador de mísseis que o grupo pretendia usar para assassinar Aznar. Segundo a acusação, o ETA queria aproveitar os contínuos deslocamentos do presidente, que estava voltado para a campanha das eleições regionais do País Basco, e derrubar com um míssil o avião presidencial durante sua chegada ao aeroportos bascos de Fuenterrabía ou Foronda. Olano chegou a cruzar a fronteira três vezes, porque o lançador de mísseis não funcionava, disse o juiz Fernando Grande-Marlaska.Da última vez, poucos dias antes do comício de encerramento da campanha de Aznar, realizado no dia 11 de maio de 2001 na capital basca de Vitoria, o comando do ETA comprovou que o lançador de mísseis não funcionaria e abandonou a ideia do atentado. O juiz lembrou que, em outubro de 2004, a polícia encontrou dois mísseis SAM-7 após a detenção de dois dirigentes da cúpula do ETA na França e que, em maio de 2009, dois supostos ativistas do grupo afirmaram em entrevista publicada no jornal separatista "Gara" que haviam tentado assassinar Aznar com mísseis em três ocasiões. Por essa razão, Grande-Marlaska determinou a prisão incondicional a Olano, de 49 anos, que também foi acusado de pertencer à organização terrorista e de posse de armas de guerra e de material explosivo.Aznar, chefe de governo do conservador Partido Popular entre 1996 e 2004, sempre foi um dos alvos prioritários da organização basca. Em 1995, um ano antes de vencer as eleições e assumir a presidência, Aznar saiu ileso de um atentado com carro-bomba realizado pelo ETA no centro de Madri, graças a blindagem de seu carro.O ETA, considerado uma organização terrorista nos Estados Unidos e na União Europeia, assassinou mais de 825 pessoas desde o final da década de 1960 em sua campanha pela independência da região basca espanhola.

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