Preso o maior traficante de drogas da Jamaica

Tentativas de capturar Christopher Coke, que deve ser extraditado para os EUA, provocaram onda de violência que matou 73 pessoas na capital

PUBLICIDADE

Por Reuters e Ap
Atualização:

KINGSTONA polícia jamaicana anunciou ontem a prisão de Christopher "Dudus" Coke, o traficante de drogas mais procurado do país. Ele se entregou aos policiais com a intermediação de um pastor evangélico. Em maio, 73 pessoas morreram durante confrontos entre as forças de segurança e gangues que resistiam à ordem de captura do traficante.Coke, de 42 anos, é acusado de tráfico de armas e drogas. Ele corre o risco de ser extraditado para os EUA, onde deve cumprir pena de prisão perpétua. De acordo com informações da polícia local, ele entrou de maneira inesperada em uma delegacia acompanhado do reverendo All Miller, o mesmo que mediou a rendição do irmão de Coke, no início do mês. A prisão encerra uma violenta busca. No mês passado, durante quatro dias, uma onda de violência atingiu a Jamaica após a decisão do governo de extraditar Coke. Mais de 200 pessoas foram presas durante as tentativas de capturar o criminoso. O clima de insegurança levou os habitantes de Kingston a viver sob estado de emergência. As forças de segurança tiveram grande dificuldade para entrar e controlar os bairros de Tivoli Gardens e West Kingston, onde Coke se escondia com o apoio da população mais pobre, que era ajudada por ele.Relações. Coke comandava uma violenta milícia local e era um grande aliado do Partido Trabalhista, atualmente no governo. O primeiro-ministro jamaicano, Patrick Allen, teve apoio do traficante para ser eleito como representante da região que é reduto de Coke.Por isso, inicialmente, o premiê jamaicano rejeitou o pedido americano de extradição, alegando que as provas teriam sido obtidas de forma ilegal. O episódio azedou as relações entre Kingston e Washington. Allen, no entanto, acabou cedendo e aceitando extraditá-lo para os EUA. /

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.