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Pressão dos EUA não adiantará, diz porta-voz iraniano

Por Agencia Estado
Atualização:

O porta-voz do Ministério do Exterior, Hamid Reza Asefi, afirmou hoje que os Estados Unidos pressionam o Irã por se ressentirem da política externa independente de Teerã. Mas segundo ele, esta pressão será contraproducente. O porta-voz disse que os EUA intensificaram sua campanha contra o Irã nas últimas semanas. Autoridades americanas têm acusado o Irã de abrigar integrantes da rede terrorista Al-Qaeda e afirmam suspeitar de que a república islâmica busca secretamente desenvolver armas nucleares. Os comentários provocaram rumores de que Washington poderia estar planejando atacar o Irã, já que acusações semelhantes haviam sido levantadas contra o Iraque. Domingo, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse que os jovens iranianos estão insatisfeitos com seu governo. Na semana passada, durante a cúpula do G-8, realizada em Evian, na França, os EUA advertiram Teerã de que o mundo não irá tolerar o desenvolvimento de uma bomba atômica. Para o porta-voz iraniano, ameaças e força não funcionarão. "Esperamos que a administração dos EUA retorne à lógica e desista dessa linguagem de ameaças", disse Asefi. O Irã garante que seu programa nuclear visa exclusivamente a produção de energia elétrica e que está enriquecendo urânio para ser usado como combustível em suas usinas, e não para bombas. Entretanto, o chefe do programa de energia nuclear do Irã, Gholamreza Aghazadeh, admitiu domingo que o Irã não informou à agência nuclear da ONU que importou uma pequena quantidade de urânio 12 anos atrás. Para Aghazadeh, isso não constitui uma violação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve divulgar no final deste mês um relatório sobre o programa nuclear iraniano. Autoridades americanas estariam pressionando a AIEA para apresentar um relatório crítico, declando que o Irã viola o tratado de não-proliferação. "Toda a propaganda dos EUA contra Teerã é motivada pelo fato de Teerã ter uma política externa independente. É disto que a administração dos EUA não gosta", disse Asefi.

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