Aumentar a pressão sobre o Irã não é uma forma efetiva para convencer o país a suspender seu programa nuclear, afirmou o governo da China nesta quinta-feira, 24, embora tenha se reunido com outras potências para exigir uma "resposta séria" da nação islâmica.
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Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha pediram na quarta-feira ao Irã que preparasse uma "resposta séria" antes dos dia 1º de outubro sobre a solicitação de suspensão do programa nuclear, ou então o país sofreria consequências.
O ultimato ocorre após o primeiro discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, na Assembleia Geral da ONU, no qual pediu aos líderes internacionais que se unam para enfrentar os problemas do mundo, inclusive os planos nucleares do Irã.
Obama também disse que ele e o presidente da Rússia, Dmitri Medveded, concordaram que considerariam novas sanções da ao ONU aos iranianos se estes não respondessem às propostas do fim de seu programa nuclear.
Incômoda
Mas o governo chinês, que tradicionalmente tem sido ambivalente em relação às pressões internacionais a outros países e importa grandes quantidades de petróleo do Irã, afirmou que uma estratégia linha-dura seria incômoda.
"Acreditamos que aplicar sanções e exercer pressão não são formas de resolver os problemas e não contribuem com os atuais esforços diplomáticos nas questões nucleares", disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jiang Yu.
O ministro da pasta, Yanj Jeichi, em declarações à agência estatal de notícia Xinhua, também reiterou a posição da China de que a questão do programa nuclear iraniano será melhor resolvida mediante o diálogo diplomático.
Os chanceleres dos seis países que enviaram a carta para Teerã haviam se reunido na ONU para dar continuidade às discussões sobre o programa nuclear do Irã, que o ocidente suspeita ter fins militares. O país islâmico, entretanto, insiste que sua ambições se limitam à geração de energia elétrica e tem recusado os pedidos do Conselho de Segurança que suspenda as atividades de suas usinas.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em sua própria intervenção na Assembleia Geral da ONU, não mencionou diretamente a questão nuclear.