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Prévia da direita na França marca vitória de Fillon e fim de carreira de Sarkozy

Ex-primeiro-ministro entre 2007 e 2012 rouba a cena, derruba ex-chefe e vence o primeiro turno das prévias do Partido Republicano

Por Andrei Netto , Correspondente e Paris
Atualização:

O ex-primeiro-ministro da França, François Fillon, surpreendeu neste domingo ao vencer o primeiro turno das prévias da direita e do centro para escolher o candidato do Partido Republicano (Les Républicains) nas eleições presidenciais de abril e maio de 2017. 

A votação, que mobilizou mais de 4 milhões de franceses, marcou também a estrondosa derrota do ex-presidente Nicolas Sarkozy, que acabou em terceiro lugar, fora do segundo turno, que será disputado no próximo domingo.

Francois Fillon faz discurso após vencer primeiro turno de prévias da direita na França Foto: EFE/THOMAS SAMSON

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Em segundo lugar, ficou o ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Relações Exteriores Alain Juppé. Até o final da noite deste domingo, no horário francês, Fillon liderava a apuração com 44,1% dos votos. Juppé tinha 28,2% e Sarkozy, 21%. Bem longe, com 2,5%, ficou o deputado Bruno Le Maire, junto da vereadora de Paris Nathalie Kosciusko-Morizet, com 2,5%.

O resultado surpreendeu porque, de acordo com todos os institutos de pesquisa, Juppé liderou a disputa até sexta-feira, último dia de campanha, quando foi realizado o debate final da prévia. Sarkozy aparecia em segundo lugar, mas a dinâmica já apontava o forte crescimento de Fillon, que seguia em terceiro lugar.

Com o avanço da apuração, às 22 horas locais (19 horas em Brasília), uma página da história política da França foi virada. Sarkozy convocou a imprensa para reconhecer sua derrota, informar que vai se dedicar à vida privada ao lado de sua mulher, Carla Bruni-Sarkozy, e de seus filhos. "Chegou a hora de ter uma vida com mais paixões privadas e menos paixões públicas", afirmou. "Boa sorte à França."

Ainda na declaração, o ex-presidente anunciou que apoiará Fillon no segundo turno e nas eleições em 2017 e pediu a seus eleitores que não se voltem para a candidata de extrema direita Marine Le Len, da Frente Nacional (FN). "Os eleitores que me confiaram seu voto são livres para decidir. Mas eu peço eles que nunca tomem o caminho dos extremos", disse, revelando sua preferência a seguir: "François Fillon me parece ser aquele que melhor compreendeu os desafios que a França enfrenta. Eu votarei por ele".

Vencedor da prévia, Fillon agradeceu aos "que compreenderam a importância da primária e se esforçaram para dela participar".

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"Os partidos não podem mais ter o monopólio da decisão. Nosso povo quer falar, quer escolher e se engajar. Nossa primária é um impressionante sucesso popular, uma onda", afirmou, já em tom de campanha para o segundo turno da prévia. "Uma dinâmica potente está em curso. Eu estou entre aqueles que quer colocar a França no caminho certo e que escolhe o caminho da verdade."

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