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Primárias definem candidatos à Presidência na Argentina

Por MARINA GUIMARÃES e CORRESPONDENTE
Atualização:

Faltando 74 dias para as eleições presidenciais da Argentina, o país se prepara para escolher, no domingo, os candidatos que vão concorrer ao pleito. A campanha para as eleições primárias, obrigatórias e simultâneas, termina hoje (11), mas alguns pré-candidatos, entre eles a presidente Cristina Kirchner, encerraram seus atos políticos ontem. Os analistas aguardam as primárias para montarem seus diagnósticos para a disputa do dia 23 de outubro.O sistema foi instituído na última reforma política, em 2009, logo após a derrota governista nas eleições parlamentares. A oposição afirma que a lei foi uma manobra de Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (morto em outubro), para excluir os pequenos partidos de oposição da disputa presidencial. Pela legislação, o pré-candidato precisa obter 1,5% dos votos válidos. As projeções realizadas por diferentes consultorias indicam que os partidos precisam de aproximadamente 300 mil votos para legitimar seus candidatos."As primárias polarizam as eleições entre as maiores representações políticas porque reduzem as chances de pequenos partidos, como o nosso", queixou-se o candidato Jorge Altamira, da Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT). O ministro do Interior, Florencio Randazzo, rebate dizendo que "a exigência do porcentual mínimo é mais democrático porque a população definirá quem serão os candidatos, sem imposição dos partidos".Entretanto, a realidade não é bem como opina Randazzo. Altamira é um dos três candidatos que não devem conseguir o porcentual necessário para legitimar a candidatura. Os outros dois são Darío Pastore, do quase desconhecido Movimento de Ação da Vizinhança, e José Bonacci, do Partido do Campo Popular. No total são nove chapas que disputam o direito de concorrer à presidência e vice-presidência.As listas de candidatos do Partido Justicialista (PJ), também chamado de peronista, de Buenos Aires foram impostas por Cristina. A Casa Rosada teme que os líderes peronistas excluídos das listas promovam o "voto vingança", cortando o nome de Cristina na hora da votação.Até o momento, Cristina se mantém como favorita nas pesquisas de intenção de votos. Porém, nas últimas semanas, seu grupo político, a Frente pela Vitória (FPV), amargou três derrotas esmagadoras em outros importantes distritos eleitorais: Santa Fé, Capital Federal e Córdoba."O voto vingança, o voto do campo e esses três resultados favorecem o clima para a oposição, mas só depois das primárias será possível apontar a tendência do voto em outubro", avaliou o analista político Rosendo Fraga. Segundo ele, o resultado de domingo dirá se Cristina poderá continuar com a imagem de imbatível que vem mantendo desde que morreu o marido dela.

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