Primeira mulher-bomba do Hamas tem funeral de heroína

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Por Agencia Estado
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A primeira mulher-bomba a cometer um atentado pelo grupo radical palestino Hamas teve um funeral de heroína nesta quinta-feira, depois de matar quatro soldados israelenses. O governo de Israel voltou a isolar a Faixa de Gaza após o atentado, para rever medidas de segurança na fronteira. O isolamento impediu que milhares de palestinos chegassem a seus locais de trabalho, em Israel e numa área industrial próxima. Os trabalhadores, parte do pequeno grupo de moradores locais que ainda tem emprego, temem que a vida vá se tornar ainda mais difícil, mas poucos têm coragem de culpar os terroristas pelo problema. ?Ela não vai ser a última (mulher-bomba) porque a marcha da resistência continuará até que a bandeira islâmica seja erguida, não apenas sobre os minaretes de Jerusalém, mas sobre todo o universo?, disse o líder do Hamas, Mahmoud Zahar. ?Não basta chamá-la de heroína... Esta mulher abandonou o marido e os filhos para ganhar o paraíso?. Embora os trabalhadores detidos na fronteira evitassem acusar o Hamas, alguns questionaram a escolha do alvo. ?Acho que temos o direito de lutar pelo fim da ocupação, mas também temos de pensar 100 vezes antes de agir?, disse Fawaz Radwan, 42 anos. O ataque foi perpetrado por Reem Raiyshi, de 22 anos, mãe de dois filhos. Milhares marcharam pela Cidade de Gaza durante seu funeral. Pistoleiros mascarados do Hamas e das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa acompanhavam o esquife, coberto com a bandeira do Hamas. O primeiro-ministro palestino Ahmed Korei não condenou o ataque. Embora as autoridades palestinas critiquem os atentados contra civis israelenses em Israel, soldados e colonos judeus nos territórios ocupados são vistos como alvos legítimos.

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