17 de novembro de 2010 | 21h18
O primeiro detento da prisão da base de Guantánamo a enfrentar um júri civil, o tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, de 36 anos, foi inocentado das acusações de terrorismo nesta quarta-feira, 17, por um tribunal federal em Nova York.
Ele foi condenado apenas por um crime menor, o de destruir ou danificar propriedade pública.
Ghailani era acusado de participar dos atentados da rede terrorista Al-Qaeda às embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, em 1998, que deixaram 224 mortos.
Ele respondia por 276 processos de homicídio e tentativa de homicídio, além de cinco acusações de conspiração.
No julgamento, a promotoria caracterizou Ghailani como um terrorista sanguinário. A defesa argumentou que ele foi explorado por oficiais da Al-Qaeda e indiciado por evidências discutíveis.
Uma das testemunhas de acusação foi dispensada pelo juiz por ter sido identificada durante um interrogatório violento em uma base secreta da CIA.
O julgamento é tido como um teste para a intenção do governo do presidente Barack Obama de levar acusados de terrorismo presos na base à justiça civil. Entre eles estão o arquiteto do 11 de setembro, Khalid Sheik Mohammed e mais quatro suspeitos.
Durante a campanha que o levou à presidência em 2008, Obama prometeu fechar a prisão de Guantánamo, criada durante o governo de George W. Bush para abrigar suspeitos de terrorismo.
Com AP e Reuters
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