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Primeiro-ministro da Romênia renuncia após protestos contra cortes

Manifestantes querem também saída do presidente e a convocação de novas eleições

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BUCARESTE - O primeiro-ministro da Romênia, o conservador Emil Boc, anunciou nesta segunda-feira, 6, sua renúncia, após os fortes protestos registrados contra sua política de austeridade.   "Tomei a decisão de apresentar minha renúncia para distender a situação política e social do país, mas também para não perder o que os romenos ganharam: a estabilidade econômica", afirmou Boc diante de seus ministros, em discurso transmitido pela TV.   A Romênia, país que sofre com crise econômica, viveu na segunda quinzena de janeiro violentas manifestações contra os duros cortes do governo. Todas os protestos pediam a renúncia de Boc e do presidente Traian Basescu, a quem acusam de autoritarismo. A coalizão da oposição entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Nacional Liberal (PNL) também exige eleições antecipadas.   Visto na Romênia como "marionete" do presidente, Boc defendeu nesta segunda-feira mais uma vez sua política de austeridade que "salvou o país do colapso econômico". "Tomei decisões muito difíceis, pensando no futuro da Romênia, não porque eu quis, mas porque foi necessário", afirmou o político conservador.   Agora o presidente deverá nomear novo primeiro-ministro, que precisa ser referendado pelo Parlamento dominado pela coalizão de centro-direita que governa o país.   A renúncia de Boc ocorre após a mais recente visita de avaliação a Bucareste do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que a Romênia assinou dois acordos de crédito e aplicou uma das políticas de austeridade mais duras do continente.   No comunicado divulgado no domingo, o FMI aplaudiu novamente o programa de reformas do governo de Boc que, no entanto, afetou o nível de vida dos romenos e provocou os protestos que custaram agora o cargo.

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