Primeiro-ministro de Israel se irrita com vazamento sobre Irã

Netanyahu encerrou reunião do gabinete de segurança por informações sobre programa nuclear terem vazado

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Por Reuters
Atualização:

TEL-AVIV - O primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu encerrou abruptamente uma reunião do gabinete de segurança nesta quarta-feira, 5, dizendo que alguém no fórum traiu a confiança nacional ao vazar para um jornal israelense detalhes de discussões altamente secretas sobre o Irã. Citando uma fonte anônima que participou da primeira reunião do gabinete, na terça-feira, o jornal Yedioth Ahronoth informou que as agências de inteligência israelenses ofereceram ao grupo de 14 membros opiniões conflitantes sobre o programa nuclear iraniano.

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"A segurança do Estado e dos cidadãos depende da capacidade de manter secretas as discussões do interior do gabinete de segurança. Alguém quebrou severamente a confiança que os cidadãos de Israel têm neste fórum", declarou Netanyahu ao grupo, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. Ele não deu nomes nem disse se ordenou uma investigação sobre o vazamento. "Tenho responsabilidade em relação aos cidadãos de Israel e a segurança do Estado, portanto suspendo esta reunião", afirmou.

O Yedioth Ahronoth, jornal de maior circulação no país, citou informações fornecidas por um participante da reunião que não identificou. A fonte disse que o grupo recebeu "informações detalhadas, não só preocupantes como muito alarmantes quanto ao avanço do programa nuclear iraniano". Nenhuma data foi anunciada para um novo encontro do grupo para continuar a analisar informações prestadas pelos chefes militares e da segurança de Israel.

Israel e as potências estrangeiras acreditam que o Irã vem trabalhando para desenvolver armas atômicas. Teerã nega. Para Israel, um Irã com armas nucleares é uma ameaça à sua existência.

Recentemente, líderes israelenses falaram sobre a possibilidade de o país atacar sozinho as instalações nucleares iranianas, o que acirrou as preocupações internacionais. De acordo com as leis israelenses, qualquer decisão para iniciar uma guerra necessita de aprovação do gabinete de segurança.

Um membro do governo que não quis ser identificado disse que nenhuma decisão nesse sentido foi tomada na reunião da terça-feira. "Tratou-se de uma discussão prévia sobre a avaliação anual da inteligência. Muito tempo foi dedicado à questão do Irã, mas não houve nenhuma votação sobre algum tipo de operação", disse ele.  

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