
21 de março de 2009 | 16h06
O primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, anunciou neste sábado que vai renunciar ao cargo porque se considera "um obstáculo" para que o país consiga se recuperar dos abalos sofridos com a crise financeira internacional.
"Eu tenho ouvido que eu sou um obstáculo para que seja alcançada a cooperação necessária para as mudanças políticas e econômicas, para a estabilidade da maioria do governo e para obter um comportamento responsável da oposição", disse o líder socialista durante um congresso de seu partido.
Gyurcsany ainda propôs durante a reunião do Partido Socialista a formação de um novo governo com um novo primeiro-ministro.
"Se eu for mesmo um empecilho (para reformas políticas e econômicas) estou eliminando-o agora", acrescentou.
O premiê ainda não nomeou seu sucessor e deve notificar sua decisão formalmente ao Parlamento húngaro na segunda-feira.
De acordo com o correspondente da BBC na Europa do leste Nick Thorpe, os socialistas esperam nomear um novo primeiro-ministro nas próximas duas semanas, mas a oposição defende a convocação de eleições antecipadas.
Ainda segundo o correspondente, as medidas econômicas tomadas pelo governo do premiê para lidar com as dificuldades financeiras tiveram pouco apoio da classe política e do público.
A popularidade de Gyurcsany vem caindo dramaticamente desde que o país começou a sentir os efeitos da crise.
A Hungria tem sido altamente afetada pelas turbulências financeiras dos últimos meses e, em outubro do ano passado, recebeu um empréstimo de US$ 25,1 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Gyurcsany foi reeleito para o cargo em setembro de 2006 e sobreviveu a protestos pedindo sua renúncia um mês mais tarde depois que foi vazada uma fita em que ele admitia ter mentido sobre a saúde financeira do país para vencer as eleições.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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