BANGCOC - O primeiro-ministro birmanês, Thein Sein, braço direito do chefe da Junta Militar, foi eleito nesta sexta-feira, 4, presidente de Mianmar pelo Parlamento dominado por legisladores afins ao regime.
Thein Sein, um dos muitos generais que renunciaram à carreira militar para ser candidatos ao Parlamento nas eleições realizadas em novembro, se impôs aos outros dois aspirantes ao cargo de chefe de Estado em uma votação realizada a portas fechadas, informou a imprensa birmanesa.
As eleições, as primeiras após 22 anos de ferrenho regime militar, deram como vencedor o Partido do Desenvolvimento e Solidariedade da União, liderado por Thein Sein, braço direito do general Than Shwe, chefe da Junta Militar.
No Parlamento, constituído na última segunda-feira, não está representada a Liga Nacional pela Democracia (LND) da líder opositora e Nobel da Paz Aung san Suu Kyi, libertada em 13 de novembro após sete anos e meio de prisão domiciliar.
A LND foi dissolvida depois que Suu Kyi e os dirigentes do partido decidiram boicotar o pleito por considerá-lo parte de uma estratégia dos generais para perpetuar-se no poder.
Embora o novo sistema político birmanês abra uma porta para o debate parlamentar, o Poder Legislativo será limitado por algumas normas, como a que estabelece que toda proposta que se pretenda levar ao plenário seja apresentada a uma comissão com dez dias de antecedência e autorização prévia.