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Principais adversários de Maduro nas eleições não farão aliança

3º nas pesquisas, Javier Bertucci descartou desistir de candidatura e apoiar Henri Falcón, que aparece em 2º

Atualização:

CARACAS - O ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o ex-governador Henri Falcón, os dois principais rivais do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do dia 20 na Venezuela, não formarão uma aliança após o primeiro descartar nesta quinta-feira, 10, tal possibilidade.

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Javier Bertucci afirmou que 'seria uma enorme mentira' dizer a Henri Falcón que seus eleitores 'vão migrar para sua candidatura, porque eles não irão fazê-lo' Foto: Miguel Gutiérrez/EFE

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A opção de formar uma coalizão ganhou força nos últimos dias, sobretudo depois que o candidato Luis Alejandro Ratti decidiu se unir à campanha de Falcón na terça-feira, 8,deixando em quatro o número de concorrentes à chefia de Estado.

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Além disso, uma aliança entre os dois - Falcón, que está em segundo lugar nas pesquisas, e Bertucci, em terceiro - daria aos opositores a chance de vencer Maduro e toda sua máquina administrativa, segundo a soma do desempenho de ambos nas últimas pesquisas divulgadas.

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Após organizarem as agendas, as equipes dos dois candidatos se reuniram na noite desta quarta-feira, 9, em vez dos próprios candidatos, como era esperado, em um claro sinal do distanciamento entre ambos.

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As diferenças ficaram claras nesta quinta depois que Bertucci afirmou que "seria uma enorme mentira" essa reunião para dizer a Falcón que seus eleitores "vão migrar para sua candidatura, porque eles não irão fazê-lo".

Em entrevista à emissora privada Globovisión, Bertucci garantiu que seus correligionários são "chavistas que estão inconformados, incomodados" e também cristãos que não votariam pelo candidato do Avanço Progressista (o AP, partido de centro-esquerda) e governistas desencantados e críticos com o Executivo há anos.

No entanto, o candidato não fechou a porta definitivamente para uma futura união, mas que se daria de maneira oposta, com Falcón se juntando a sua campanha, e reconheceu que uma aliança é o mais lógico.

"Eu sei que os meus votos não irão para lá. Por outro lado, os votos do outro candidato, não são dele, são contra Maduro", argumentou o ex-pastor, convencido de que os simpatizantes de Falcón "podem migrar" para sua candidatura.

Falcón, por sua vez, não fez comentários sobre o encontro fracassado em seu dia de campanha no leste do país.

"Nada poderá deter a vontade de um povo decidido a mudar. Com uma avalanche de votos, alcançaremos o triunfo mais importante na história recente de nosso país. Você é o protagonista desta grande cruzada pela Venezuela, seu voto salvará o país da destruição", disse Falcón a seus eleitores no Twitter.

Situação

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Já o presidente Maduro, que segue como favorito para vencer o pleito, aproveitou o dia para seguir com suas visitas diárias a dois Estados: Nueva Esparta, no norte, e Guárico, no centro.

O atual presidente aproveitou o dia para pedir votos e ameaçar o opositor Julio Borges, ex-presidente do parlamento, ao anunciar que "uma prisão está à espera do traidor da pátria", em alusão a ele quando decidir retornar ao país.

Borges é acusado constantemente por Maduro de pedir sanções contra a Venezuela. O opositor anunciou em fevereiro uma excursão internacional por causa da antecipação das eleições presidenciais no país sul-americano, que normalmente são organizadas no segundo semestre.

Um dos objetivos da excursão é, segundo comentou o próprio opositor na época, obter apoio para que sejam realizadas na Venezuela eleições "justas" e "livres", já que a maior parte da oposição, reunida na Mesa da Unidade Democrática (MUD), considera que o pleito convocado para o dia 20 é uma fraude.

O próprio Falcón, que era membro da MUD, desobedeceu ao acordo da aliança - que promove a abstenção - para se apresentar como candidato, uma decisão que resultou em sua expulsão.

Além de Maduro, Falcón e Bertucci, os quase 19 milhões de venezuelanos aptos a votar poderão também escolher o engenheiro Reinaldo Quijada, o candidato que manteve o perfil mais baixo até agora.

A escolha do chefe de Estado para o período 2019-2025 não será a única para os venezuelanos no dia 20, pois estes também elegerão os líderes dos conselhos legislativos dos 23 Estados do país. /EFE

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