(Atualizada às 15h06) PARIS - O jornalista, caricaturista e diretor da revista Charlie Hebdo, Charb, e outros três dos principais chargistas do semanário satírico francês, Cabu, Tignous e Wolinski, estão entre os 12 mortos do ataque cometido nesta quarta-feira em Paris.
O advogado da publicação confirmou à emissora "France Info" os nomes das quatro vítimas. Segundo o último informe, o ataque deixou mais de 20 feridos, quatro deles em estado grave.
No total, dez jornalistas e dois policiais foram mortos. Um dos policiais havia sido designado para atuar como guarda-costas de Charb.
O ministro do Interior Bernard Cazeneuve disse que as forças de segurança realizam buscas em toda a cidade à procura dos homens que atacaram a publicação.
Corinne Rey, cartunista que afirmou ter sido forçada a permitir a entrada dos homens no prédio do jornal, disse que eles falavam francês fluentemente e que afirmaram ser da Al-Qaeda. Em entrevista ao jornal l''Humanite, ela declarou que a ação deve ter durado uns cinco minutos.
O presidente francês François Hollande chamou a ação contra a publicação, que costuma atrair críticas de muçulmanos, de "um ataque terrorista, sem dúvida". Segundo ele, vários outros ataques foram evitados na França "nas últimas semanas".
A França elevou seu nível de alerta de segurança para o patamar mais alto e reforçou a segurança em templos, lojas e escritórios de empresas de comunicação e de transporte. As principais autoridades do governo realizam uma reunião de emergência nesta tarde e Hollande deve fazer uma declaração em rede nacional de televisão hoje à noite.
Uma testemunha que trabalha nas proximidades, Benoit Bringer, disse à rede iTele que viu vários homens mascarados, armados com rifles automáticos no escritório da revista, no centro de Paris.
Os homens subiram ao segundo andar do prédio e começaram a realizar disparos de forma indiscriminada na redação, informou Christophe DeLoire, integrante do grupo Repórteres Sem Fronteiras. "Este é o dia mais negro da história da imprensa francesa", afirmou ele.
Luc Poignant, funcionário do sindicato dos policiais de Paris, disse que os homens fugiram num carro que os estava esperando e que, mais tarde, trocaram de veículo, usando um carro que havia sido roubado.A porta-voz da promotoria de Paris, Agnes Thibault-Lecuivre, confirmou que 12 pessoas morreram no ataque./AP e EFE